O submarino USS Michigan da Marinha dos EUA, que entrou no porto sul-coreano de Busan, pode ter um “final triste”, se Washington fizer algo provocativo.
Em um artigo para o portal norte-coreano Uriminzokkiri, ou Compatriotas da Nossa Nação, o autor escreve que se o submarino fizer alguma coisa, “ele nem será capaz de subir à superfície, enfrentando um final triste“.
O portal norte-coreano destaca que, em caso de uma ameaça militar, Pyongyang irá ativar suas forças de contenção nuclear e os porta-aviões nucleares, submarinos e outras armas americanas “serão destruídas em pedaços de metal fundido“.
O USS Michigan, um submarino classe Ohio movido a energia nuclear e armado com mísseis de cruzeiro, foi enviado para a península coreana pelos Estados Unidos como forma de pressionar o governo da Coreia do Norte a desistir de seu programa de armamento nuclear.
O submarino foi projetado originalmente para transportar ogivas nucleares, mas em 2004, foi modificado e convertido para usar mísseis de cruzeiro. A embarcação tem capacidade para lançar até 154 mísseis Tomahawk, com um alcance de quase 2 mil quilômetros.
Os 22 tubos lançadores do USS Michigan podem também ser usados para lançar outro tipo de cargas, como mini-submarinos autónomos (UUVs), drones ou aeronaves não tripuladas (UAVs) e equipamento de suporte às forças especiais da marinha norte-americana. A embarcação está preparada para transportar até 66 Navy Seals em operações especiais.
De acordo com o autor do artigo, as declarações dos EUA sobre sua prontidão para tomar quaisquer medidas em relação à Coreia do Norte mostram que Washington se está aproximando da realização do cenário estratégico segundo o qual a guerra pode começar a qualquer momento.
Mais cedo no domingo (30), terminaram os treinamentos de grande escala de Seul e Washington. Dos treinamentos participaram 290 mil militares sul-coreanos e 9,7 mil norte-americanos. A necessidade de realizar as manobras surgiu após mais um lançamento de míssil efetuado por Pyongyang.
Com 21 dias de atraso, porta-aviões chega à Península
O porta-aviões nuclear norte-americano USS Carl Vinson chegou às águas da Península Coreana neste sábado, com um atraso de 21 dias em relação ao que foi prometido pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, informou a agência sul-coreana Yonhap.
De acordo com a Marinha da Coreia do Sul, os exercícios militares conjuntos com a embarcação dos EUA se focaram especificamente no monitoramento e interceptação de mísseis balísticos intercontinentais (ICBM) da Coreia do Norte.
Na sexta-feira, um teste com mísseis foi realizado por Pyongyang, mas acabou sendo um fracasso, de acordo com a inteligência sul-coreana.
Os exercícios com o USS Carl Vinson terminaram neste domingo, mas devem ser retomados a partir de terça-feira. Se confirmado, será a segunda operação da embarcação norte-americana em águas coreanas em menos de dois meses, algo inédito em meio às tensões com a Coreia do Norte.
No começo da semana, o mesmo navio de guerra dos EUA – capaz de carregar quase 100 aviões e com uma variedade de mísseis em seu arsenal – realizou exercícios conjuntos com a Marinha do Japão.
O USS Carl Vinson se tornou motivo de chacota após Trump garantir, no dia 8 de abril, que estava enviando “uma poderosa arma” para a Península Coreana. Contudo, o porta-aviões estava indo em outra direção, o que gerou um mal-estar tanto para a Casa Branca quanto para os seus aliados.
Da sua parte, o governo norte-coreano se disse capaz de destruir a embarcação com um único ataque. Neste domingo, a agência de notícias local KCNA fez a primeira menção ao USS Carl Vinson, chamando o governo dos EUA de “imperialistas” e os rivais da Coreia do Sul de “fantoches”.
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