Uma nova variante do novo coronavírus foi encontrada em diversas cidades do Rio de Janeiro. Cientistas sequenciaram mais de 300 amostras da doença oriundas de 57 municípios fluminenses e descobriram que a nova cepa estava presente 5% das amostras e já circula em 11 municípios do estado.
A nova variante, chamada P.1.2, é uma alteração genética da cepa P.1, que foi originada em Manaus, capital do Amazonas. A P.1.2 exibiu sete alterações em comparação com a P.1, sendo algumas delas na proteína S, o spike, uma parte do vírus que é utilizada na composição da maioria das vacinas contra a covid-19.
“Além das mutações que já existiam na P.1, tivemos uma a mais na proteína S, e outras mutações em outras proteínas que também podem ser importantes. Ainda não podemos dizer que a variante P.1.2 é mais isso ou aquilo. Já estamos fazendo estudos para avaliar, no entanto, os resultados demoram um pouco”, afirmou ao jornal Extra a cientista Ana Tereza Vasconcelos, coordenadora do Laboratório Nacional de Computação Científica (LNCC).
A nova variante foi encontrada em 11 municípios. O estudo descobriu que a P.1 corresponde 91% dos casos. A B.1.1.7, cepa originário do Reino Unido, também foi encontrada em pouco mais de 2% dos casos. Outra variação carioca, a P.2 também foi encontrada em menos de 1% dos casos.
“Já tínhamos sequenciado semanas atrás oito desses genomas com a P.1.2 no Norte Fluminense, em Conceição de Macabu. Fizemos mais sequências esta semana e percebemos que ela tinha se dispersado para outras cidades, saindo da Região Norte e indo para a Região Metropolitana também e outros locais. Agora estamos fazendo mais (sequenciamentos genéticos). Ela (a P.1.2) pode continuar aparecendo ou sumir. Por isso, precisamos fazer o monitoramento genético, sequenciando”, conclui a cientista.
Após uma estabilização no número de mortos e internados pela covid-19, o Rio de Janeiro decidiu afrouxar medidas de restrição de circulação. Estão abertos comércios, restaurantes bares e baladas na capital carioca.
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