Arqueólogos que trabalhavam no campo de concentração nazi de Sobibor, na Polônia, desenterraram um pendente que será idêntico ao que pertencia a Anne Frank.
De acordo com informação divulgada em comunicado pelo Centro da Memória do Holocausto Yad Vashem, este pendente pertenceria a Karoline Cohn, uma menina judia de 14 anos que morreu no campo de Sobibor, e que, segundo acreditam os arqueólogos, pode ter tido ligação com Anne Frank.
Karoline e Anne nasceram em Frankfurt, em 1929, e os pesquisadores alegam que o pendente sugere “uma possível ligação familiar” entre elas, frisa o Centro Yad Vashem.
O pendente tem a inscrição “Mazal Tov” em hebreu de um lado, juntamente com a data de nascimento de Karoline, e do outro inclui as três Estrelas de David e a letra inicial da palavra Deus em hebreu, conforme divulga a mesma fonte.
Segundo a BBC, os “historiadores só encontraram até agora provas de dois pendentes deste tipo”, notando que a única diferença entre os dois será a data de nascimento.
Os pesquisadores tentam agora estabelecer a eventual ligação entre as duas meninas judias, nomeadamente falando com familiares vivos das mesmas.
O pendente foi encontrado no local onde “as vítimas eram despidas e as suas cabeças raspadas, antes de serem enviadas para as câmaras de gás”.
Karoline Cohn terá sido uma das mais de 250 mil vítimas que morreram em Sobibor, campo construído pelos Nazis com o intuito expresso de exterminar judeus. O campo foi destruído em 1943, numa tentativa de esconder os crimes aí cometidos, tendo o regime nazi procedido à terraplanagem do espaço e à plantação de árvores sobre os destroços.
Contudo, os arqueólogos que trabalham no local há vários anos conseguiram desenterrar as fundações das câmaras de gás e a plataforma de comboios original.
“Estas descobertas em Sobibor constituem uma contribuição importante para a documentação do Holocausto e ajudam-nos a entender melhor o que aconteceu, tanto em termos do funcionamento do campo, como do ponto de vista das vítimas”, destaca Havi Dreifuss, do Instituto de Pesquisa sobre o Holocausto do Centro Yad Vashem.
Para o arqueólogo Yoram Haimi, que liderou as escavações em Sobibor, “a tocante história de Karoline Cohn é simbólica da fé partilhada dos Judeus assassinados nos campos”, segundo cita o Centro Yad Vashem. “É importante contar a história, para que nunca esqueçamos“, conclui Haimi.
Anne Frank morreu no campo de Bergen-Belsen, no norte da Alemanha, em 1945.