Uma infecção sexualmente transmissível pouco conhecida pode vir a see transformar em uma superbactéria resistente a tratamentos com antibióticos, de acordo com um alerta feito por especialistas europeus.
A Mycoplasma genitalium (MG) já se tem mostrado resistente a alguns dos antibióticos mais comuns e, no Reino Unido, as autoridades de saúde trabalham com novas diretrizes para evitar que o quadro se torne um caso de emergência pública.
As autoridades inglesas reúnem esforços não só para identificar e tratar a bactéria de uma forma mais eficaz, mas também para estimular a prevenção, através da utilização do preservativo.
A Mycoplasma genitalium é uma bactéria que pode ser transmitida através de relações sexuais com um parceiro contaminado. No caso dos homens, causa a inflamação da uretra, levando à emissão de secreção pelo pênis e dor quando se urina.
Por sua vez, nas mulheres, pode inflamar os órgãos reprodutivos – o útero e as trompas de Falópio – provocando não só dor, como também febre, sangramento e infertilidade.
A infecção, porém, nem sempre apresenta sintomas e pode ser confundida com outras doenças sexualmente transmissíveis, como a clamídia.
No Reino Unido, o quadro preocupa as autoridades de saúde, segundo a British Association for Sexual Health and HIV (BASHH). A associação afirma que as taxas de erradicação da bactéria depois do tratamento com um grupo de antibióticos conhecidos como macrolídios estão diminuindo. Por enquanto, outro tipo de antibiótico – azitromicina – ainda funciona na maioria dos casos.
Nesse contexto, já existem testes para detectar a bactéria, mas ainda não estão disponíveis em todas as clínicas britânicas, onde os médicos podem, entretanto, enviar amostras para o laboratório da Public Health England – a agência executiva do Departamento de Saúde e Assistência Social – para obter um diagnóstico.
Peter Greenhouse, especialista em doenças sexualmente transmissíveis (DST), recomenda às pessoas que tomem certas precauções. “Está na hora de as pessoas ficarem a conhecer a Mycoplasma genitalium. É mais um motivo para sempre ter preservativos – e realmente usá-los”, explica.