Dois atentados em Barcelona fazem 14 mortos e mais de 100 feridos

David Armengou / EPA

Segundo um novo balanço divulgado pelo Governo da Catalunha, os ataques ocorridos nesta quinta-feira provocaram a morte de pelo menos 14 pessoas e mais de 100 ficaram feridas

Na Catalunha, Espanha, quinta-feira (17) foi dia de terror: uma van percorreu cerca de 500 metros de uma zona de pedestres, atropelando todos os que conseguisse, em uma das mais movimentadas artérias da cidade de Barcelona. Em Cambrils, durante a noite, a polícia espanhola evitou outro atentado abatendo cinco terroristas.

Foram precisas menos de 12 horas para que a Catalunha fosse atingida por duas vezes: ainda que o segundo atentado não tenha tomado grandes proporções, com a ação eficaz das autoridades espanholas para evitar outro ataque, o terrorismo ganha força quando semeia o medo.

Eram 16h50 (11h50 em Brasília) quando a cidade de Barcelona começou a ser afundada em uma espiral de terrorismo e medo. Uma van branca irrompeu pelas Ramblas, uma das avenidas mais movimentadas e turísticas da cidade, atropelando mortalmente 13 pessoas e deixando mais de 80 feridos.

Inicialmente, a imprensa local dissera que se tratara “apenas” de um veículo que tinha atropelado cerca de dez pessoas. As horas passaram e com elas, o número de vítimas mortais e de feridos foi aumentando.

Às 21h36 (16h36 em Brasília), o balanço oficial era de 13 mortos e 80 feridos – 15 em estado muito grave, 23 em estado grave e 42 leves. Não há brasileiros entre as vítimas.

Na hora do ataque, a imprensa local falou em dois homens barricados dentro de um bar, que teriam, inclusive, feito reféns. Mais tarde, através do Twitter, as autoridades catalãs desmentiram, acabando por confirmar que se tratava de um atentado terrorista e que já tinham feito uma detenção.

Os ataques foram reivindicados pelo Estado Islâmico, mas as identidades dos autores ainda não foram reveladas. Inicialmente, a polícia catalã dizia ter prendido um dos suspeitos: Driss Oubakir, de 28 anos e origem marroquina. O homem estaria ilegal na Espanha e teria chegado a Barcelona há quatro dias.

Horas depois da detenção, o provável verdadeiro Driss Oubakir se apresentou às autoridades, pelo que se entende que o primeiro suspeito teria roubado os documentos de identificação de Oubakir e teria se passado por ele. A polícia continua então a investigar se o homem que se apresentou é quem diz ser.

Depois de terem fechado todos os acessos às zonas das Ramblas e áreas envolventes, às 22h49 (17h49 em Brasília), a polícia catalã reabre o acesso. O principal suspeito continua foragido.

Mas a história não acabaria aqui. O relógio já marcava a 1h da madrugada de sexta-feira (20h de quinta-feira em Brasília) quando um veículo voltou a investir sobre uma multidão, em uma zona balnear, em Cambrils, a 117 quilômetros de Barcelona.

Seis civis e um polícia ficaram feridos. As autoridades catalãs prontamente reagiram tendo abatido de imediato quatro dos suspeitos e ferido o quinto (e último), que acabou por não resistir aos ferimentos e também morrer.

Já na manhã desta sexta-feira, uma mulher que tinha ficado ferida em Cambrils – e que foi descrita como a mais grave -, acabou morrendo no hospital, sendo a primeira morte do segundo atentado.

O conselheiro de Interior do Governo regional catalão, Joaquin Forn, disse à rádio RAC1 que o ataque de Cambrils “segue o mesmo método, há uma ligação”, em relação ao de Barcelona.

O governante não explicou o que relacionava os ataques, e confirmou que o condutor da van no ataque de Barcelona continua em fuga.

Os autores do atentado de Cambrils levavam cintos de explosivos falsos, dizem as autoridades da Catalunha. Já não é a primeira vez que terroristas usam cintos falsos para maximizar o medo: os autores do ataque na London Brigde, em junho, fizeram o mesmo, levando cintos falsos, feitos com garrafas de água cobertas com fita adesiva prateada.

Antes do ataque em Barcelona, uma pessoa morreu numa explosão em uma casa onde estavam preparando bombas, em Alcanar (cidade a sudeste da capital catalã).

O município de Alcanar, na província de Tarragona (Catalunha), é central na investigação. Foi lá que na quinta-feira foi detido um dos suspeitos, natural de Melilla, e foi lá que na quarta-feira aconteceu uma explosão em um edifício – aparentemente não relacionada com terrorismo, mas que agora é vista como um primeiro teste para os atendados que se seguiriam.

Em causa está o fato de os explosivos que foram ativados na casa serem testados para fazerem parte dos atentados do dia seguinte em Barcelona.

A polícia conclui que os cinco ocupantes do veículo que preparava novo atropelamento esta madrugada em Cambrils (todos abatidos) estavam “ligados ao grupo de Alcanar e relacionados com a pessoa que conduzia a van no atentado em Barcelona”.

Também no centro da investigação está Moussa Oukabir, o principal suspeito de estar ao volante da van que atropelou dezenas de pessoas em Las Ramblas. Ele tem 17 anos e é o irmão do homem marroquino que se entregou à polícia na quinta-feira.

Até ao momento, quatro pessoas foram detidas, relativamente ao atentado nas Ramblas, em Barcelona, mas o suposto condutor do veículo, continua foragido.

Ciberia // ZAP

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