O fotógrafo anunciou nas redes sociais que já conheceu o menino da fotografia captada na praia de Copacabana, na noite da passagem de ano, que se tornou viral e causou muita discussão sobre os preconceitos raciais no país.
Lucas Landau escreveu no Facebook que já conheceu o menino retratado na foto que se tornou viral. “Conheci-o cinco dias depois da nossa vida ter mudado. Conheci também a mãe. Foi um encontro emocionante em que pudemos criar nossos vínculos, finalmente. Escolhemos manter este momento privado, assim como a nossa relação. Pedimos que as pessoas e a imprensa compreendam e nos respeitem”.
Naquele dia, o fotógrafo relembra que não foi possível conhecer a criança. “Encerrado o show pirotécnico, eu deveria voltar para casa o mais depressa possível para transmitir o material para a agência, afinal, eu tinha uma encomenda fotográfica para entregar naquela noite”, lembra.
“Fui contratado, e pago, obviamente, para documentar os fogos da festa de réveillon em Copacabana. Nos 17 minutos que tive para compor essa história, aconteceu de encontrar a criança deslumbrada, assistindo ao espetáculo. A pureza dos seus gestos e o encantamento no seu olhar me tocaram”, continua.
Lucas conta ainda que foi uma grande surpresa a repercussão que a imagem teve. Só na sua conta no Facebook, a foto teve mais de 30 mil reações. “A foto de uma criança vidrada nos fogos foi compartilhada, a partir das minhas redes sociais, na tarde do primeiro dia de 2018, a uma velocidade assustadora. Fico contente de ver a fotografia cumprindo seu papel enquanto arte: levantando discussões, ensinando, questionando, gerando debates que nos fazem evoluir como sociedade”.
Muitos internautas viram na fotografia uma criança perdida, assustada e de cor negra, que mostra os preconceitos raciais e da exclusão social no país. A imagem foi até utilizada para propaganda de algumas páginas associadas à esquerda brasileira.
Na altura, Landau preferiu não comentar o assunto e fez um apelo para tentar encontrar a criança e sua família. “Eu estava trabalhando, fazendo fotos das pessoas vendo os fogos de artifício e ele estava ali, como os outros, deslumbrado. Como entrou dentro da água, se distanciou das pessoas. Não sei se estava sozinho ou com a família. Todas as interpretações são legítimas. Existe uma verdade, mas nem sei qual é”, escreveu.