A procuradoria financeira francesa anunciou esta quarta-feira (25), a abertura de um inquérito sobre um alegado “emprego fictício” da esposa de François Fillon, quando este era deputado.
O candidato de Os Republicanos às eleições presidenciais, François Fillon, vê sua campanha manchada pela polémica criada pelo semanário Le Canard Enchaîné.
François Fillon, que foi primeiro-ministro durante a presidência de Nicolas Sarkozy, é o favorito na eleição presidencial de abril e maio de 2017, e as pesquisas colocam-no como provável adversário da líder da extrema direita, Marine Le Pen, no segundo turno.
Na sequência da notícia, a procuradoria financeira francesa anunciou a abertura de um inquérito sobre as suspeitas que a esposa de François fillon, Pénélope, tenha usufruído de um alegado “emprego fictício” como assistente parlamentar do marido. O inquérito foi aberto por “desvio de fundos públicos e abuso de bens sociais”.
Esta quarta-feira, o Le Canard Enchaîné revelou que Pénélope Fillon foi colaboradora parlamentar do marido, algo que ninguém sabia, segundo o jornal.
A esposa de Fillon, Penelope Fillon, teve um emprego fantasma de assistente parlamentar do próprio marido e de seu sucessor, Marc Joulaud, e embolsou 500 mil euros dos cofres públicos sem trabalhar, denunciou o jornal satírico Le Canard Enchaîné.
“No total, Pénélope recebeu 500.000 euros brutos das caixas parlamentares”, diz o jornal.
Empregar familiares como colaboradores na Assembleia ou no Senado não é proibido, desde que não se trate de um “emprego fictício”, mas o jornal emite dúvidas sobre a realidade do trabalho da esposa do antigo primeiro-ministro.
O Canard Enchaîné afirma que a esposa de Fillon era dona de casa e não aparecia na sede do legislativo para trabalhar. A publicação cita uma ex-assistente parlamentar, que diz que “nunca trabalhou com ela”.
Segundo o “Canard”, Penelope Fillon foi assistente parlamentar de François Fillon entre 1998 e 2002 quando ele era deputado da região de Sarthe, e, entre 2002 e 2007 teria sido assistente do deputado que substituiu o marido quando este entrou no governo.
Em 2012, ela teria sido remunerada “durante seis meses, pelo menos” quando o marido voltou a ser deputado.
Thierry Solère, porta-voz de François Fillon, disse à AFP que Penelope Fillon “foi realmente colaboradora de François Fillon”.
Durante uma viagem a Bordeaux, Fillon disse estar escandalizado com a publicação da denúncia e acusou o semanário de querer prejudicá-lo politicamente. “Como é que minha esposa não tem direito a trabalhar?“, questionou.