O Museu National Gallery, nos EUA, confirmou que irá devolver o quadro “Cabeça de Uma Mulher”, de Pablo Picasso, aos herdeiros de seu antigo dono, Paul von Mendelssohn-Bartholdy, um banqueiro judeu alemão que teve de vender o quadro por conta da perseguição sofrida pelos nazistas.
O quadro, em pastel e pintado em 1903, durante o chamado “Período Azul” do artista espanhol, é uma das mais de 16 pinturas que Mendelssohn-Bartholdy teve de vender desde a chegada dos nazistas ao poder na Alemanha, em 1933, até sua morte, em 1935.
Mendelssohn-Bartholdy era um importante banqueiro descendente do compositor Felix Mendelssohn e do filósofo Moses Mendelssohn, que com a ascensão do nazismo ao poder na Alemanha, viu seu patrimônio reduzido em quase 90%, e o banco de que era dono ser transferido para um proprietário não-judeu.
Em 1934 o quadro foi vendido para um negociante de arte, e enviado em 2001 como doação para a National Gallery, em Washington, nos EUA, como doação.
A conclusão seria de que, com a perda de suas propriedades, seus cargos e o boicote sofridos, a venda da obra teria sido feita com resultado direto da perseguição. Em comunicado, porém, o museu deixou claro que a devolução se deu como parte de um acordo extrajudicial, a fim de “evitar o custo pesado de um litígio” – e que a decisão “não constitui reconhecimento do mérito ou validade da reivindicação”.
Antes da National Gallery, em 2009 tanto o Museu Guggenheim quanto o Museu de Arte Moderna, ambos em Nova York, também entraram em acordo com a família de Mendelssohn-Bartholdy por obras vendidas pelo banqueiro em circunstâncias similares ao caso de “Cabeça de uma Mulher”. Segundo o museu, o quadro está avaliado em 10 milhões de dólares.
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