Há 11 mil anos, o Homem sobreviveu a uma mudança abrupta no clima

Vestígios da Idade da Pedra média recolhidos no sítio arqueológico Star Carr, em Yorshire do Norte, na Inglaterra, mostram que cerca de 11 mil anos atrás, os humanos tiveram que e enfrentar uma súbita e abrupta mudança nas temperaturas, de 4 a 10 graus. E viveram assim durante mais de 100 anos.

Os cientistas têm alertado para o impacto das mudanças climáticas na sobrevivência do próprio ser humano. Viver debaixo do sol abrasador do verão e, de repente, enfrentar temperaturas geladas, é um cenário verdadeiramente assustador. No entanto, nossos antepassados o viveram durante mais de cem anos, e a boa notícia é que sobreviveram.

De acordo com as conclusões, publicadas esta semana na Nature Ecology & Evolution, a população de Star Carr foi uma das primeiras colônias na Inglaterra, depois da última idade do gelo.

Essa população “teve que ser muito resiliente à instabilidade climática, capaz de preservar e manter uma sociedade estável, apesar do estresse ambiental”, explicou Ian Candy, autor do estudo e professor de geografia na Universidade Royal Holloway de Londres, à CNN.

Os especialistas têm estudado o clima ao longo dos anos e sabem que o clima na Terra não foi tão estável para os nossos antepassados como tem sido para nós. Muitas vezes, essas mudanças climáticas forçavam as populações a se mudarem para outros lugares, caso quisessem sobreviver.

Os cientistas acreditam que esse episódio de queda abrupta e repentina de temperaturas tenha sido ainda maior do que o que aconteceu há 8200 anos – que, por sua vez, já está bastante estudado.

“Essas descobertas mudam a ideia que tínhamos da interação entre as sociedades pré-históricas e as mudanças climáticas. Os eventos climáticos de Star Carr são tão grandes, se não maiores, do que a magnitude do que aconteceu há 8200 anos e ainda assim as populações foram resilientes perante o impacto desses acontecimentos”, disse Ian Candy.

Os cientistas cruzaram as temperaturas que sentidas naquela época com os artefatos que foram encontrados no sítio arqueológico de Star Carr e as provas revelaram que a presença humana foi constante nos 100 anos de temperaturas baixas.

Embora as florestas tenham sido afetadas pelas baixas temperaturas, nossos antepassados caçadores sobreviveram porque nunca lhes faltou peles e carne de veados-vermelhos, por exemplo.

No entanto, é de se destacar que a densidade populacional na época era muito menor, facilitando a fuga para outros locais e a consequente sobrevivência dos humanos. “A população atual coloca muito mais pressão nos recursos dos quais dependemos, muitos dos quais serão afetados pelas mudanças climáticas futuras”, adverte o professor.

Ciberia // ZAP

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