Com elevação de 551 m e área de 4,6 km², a ilha-vulcão Raikoke é uma formação vulcânica no meio do mar, perto das Ilhas Curilas, no noroeste do Oceano Pacífico. A ilha é desabitada.
Depois de 95 anos de dormência, esse vulcão acaba de entrar em erupção novamente, e as enormes nuvens de cinzas ficaram visíveis da Estação Espacial Internacional.
As imagens mostram a nuvem de cinzas cercada por um anel de nuvens brancas, provavelmente vapor de água condensando do próprio ar ou da água do mar, caso haja lava entrando no oceano. Essas informações são do especialista em vulcões da Universidade Tecnológica de Michigan, Simon Carn.
O período de dormência do vulcão terminou às 4h (horário local) do dia 22 de junho, quando uma grande nuvem de cinzas e gazes vulcânicos explodiu a partir da cratera de 700 m de diâmetro.
Essa nuvem foi identificada por satélites e pelos astronautas da EEI, que fizeram uma fotografia da erupção. Na imagem, é possível ver a “região do guarda-chuva”, a área em que a densidade da nuvem de cinzas e do ar é equalizada, e a nuvem para de subir. No mesmo dia, o satélite Terra da NASA fez a segunda imagem, que mostra uma região mais concentrada de cinzas na parte oeste da nuvem.
A terceira imagem é uma composição oblíqua feita com base em dados da Visible Infrared Imaging Tadiometer Suite (VIIRS), um escâner radiômetro a bordo do satélite Suomi NPP, que coleta imagens e medidas da terra, atmosfera, criosfera e oceanos.
Depois de uma explosão de atividade, ventos fortes espalharam as cinzas pelo Pacífico e o vulcão voltou a se acalmar. No dia seguinte, apenas uma nuvem fraca permanecia visível. Explosões e nuvens de cinzas como estas devem ser acompanhadas de perto porque elas contêm fragmentos de rochas e vidro vulcânico que representam um grande perigo para aviões.
Duas agências que monitoram cinzas vulcânicas no Japão e no Alaska enviaram vários alertas para aviadores de que as cinzas atingiram altitude de 13 quilômetros. Dados do satélite CALIPSO indicam que parte das cinzas atingiram 17 quilômetros.
Ao que tudo indica, a nuvem ficou na troposfera, sem chegar à estratosfera. Caso isso acontecesse, especialistas em vulcões teriam que continuar observando a nuvem, porque cinzas que atingem a estratosfera levam muito mais tempo para se dispersar. Esse tipo de evento costuma afetar muito mais a aviação.
Em 2010, a explosão do vulcão Eyjafjallajoekull, na Islândia, fechou vários aeroportos na Europa, afetando milhares de passageiros e causando prejuízo de 148 milhões de euros por dia de fechamento do espaço aéreo.
// Hypescience