Os humanos demoraram quase um século para organizar a tabela periódica, mas um novo programa de Inteligência Artificial realizou a mesma tarefa em apenas algumas horas.
A tabela periódica é indiscutivelmente uma das maiores realizações científicas em química, mas demorou quase um século para estar completamente concluída. Agora, um novo programa de Inteligência Artificial, desenvolvido por físicos da Universidade de Stanford, nos Estados Unidos, conseguiu o mesmo feito em apenas algumas horas.
O Atom2Vec, programa que conseguiu igualar o feito humano em um período de tempo menor, aprendeu a distinguir diferentes átomos depois de analisar uma lista de nomes de compostos químicos a partir de um banco de dados online.
A Inteligência Artificial usou conceitos emprestados do campo do processamento de linguagem natural para agrupar esses elementos de acordo com suas propriedades químicas, sem qualquer ajuda humana.
“Queríamos saber se uma IA podia ser inteligente o suficiente para descobrir a tabela periódica por conta própria”, disse o principal autor do estudo, Shou-Cheng Zhang.
E pode mesmo!
Esse é um importante passo – e o primeiro – em direção a uma meta muito mais ambiciosa: projetar um substituto para o Teste de Turing, um dos mais importantes para definir a inteligência de uma máquina.
Para passar no Teste de Turing, a IA deve ser capaz de responder a perguntas de maneira indistinguível à de um ser humano.
“Os seres humanos são produto da evolução e nossas mentes estão cheias de qualquer tipo de irracionalidade. Para uma IA passar no Teste de Turing, seria necessário reproduzir todas essas irracionalidades humanas. Isso é muito difícil de se fazer”, diz Zhang.
Em vez disso, Zhang propõe um novo marco para a inteligência das máquinas.
“Queremos tentar projetar uma Inteligência Artificial capaz de derrotar humanos ao descobrir uma nova lei da natureza. Para fazer isso, temos de testar, em primeiro lugar, se nossa IA consegue fazer algumas das maiores descobertas já feitas por humanos”, como a tabela periódica.
Zhang e equipe desenvolveram o Atom2Vec a partir de um programa de Inteligência Artificial que engenheiros do Google criaram para analisar a linguagem natural, o Word2Vec.
A IA do Google converte palavras em códigos numéricos ou vetores. Ao analisar os vetores, o programa consegue estimar a probabilidade de uma palavra aparecer em um determinado texto. “Podemos aplicar a mesma ideia aos átomos”, explicou Zhang.
“Em vez de alimentar todas as palavras e frases de uma coleção de textos, fornecemos ao Atom2Vec todos os compostos químicos conhecidos“, explica a pesquisadora. O estudo foi publicado recentemente na Phys Org.
A partir desses dados, o Atom2Vec descobriu, por exemplo, que o potássio (K) e o sódio (Na) devem ter propriedades semelhantes, porque ambos os elementos podem se ligar ao cloro (Cl).
Aplicações práticas
Os cientistas esperam que, no futuro, o conhecimento do Atom2Vec seja aproveitado para descobrir e projetar novos materiais, como “um material altamente eficiente na conversão de luz solar em energia”, sugeriu Zhang.
Agora, a equipe de Zhang está concentrada em desenvolver a versão 2.0 do programa, que irá se preocupar com a resolução de um problema intratável na pesquisa médica: desenvolver o anticorpo certo para atacar antígenos específicos de células cancerígenas.
Ciberia // HypeScience / ZAP
Só tem um detalhe, para que a IA possa realizar qualquer feito é necessário que as pessoas entendam que por trás dela há homens desenvolvendo. Mais importante ainda é a compreensão da essência daquilo que chamamos de Inteligência. Processar dados não é ser inteligente, é apenas um modelo de operação mais veloz. Acontece o mesmo com uma simples calculadora, a diferença esta na informação que desejamos que a “máquina” processe. Ou seja, a essência da inteligência pertence única e exclusivamente ao ser humano. Da maneira que colocam as coisas nesses textos ingênuos, dão a entender que a IA aprendeu tudo e se auto-construiu, sem qualquer interferência do homem, o que é um grande erro dialético.