Continua a ser um dos maiores mistérios da história e o caso conta com uma longa lista de suspeitos. Mas será que a verdadeira identidade de Jack, o Estripador, foi finalmente descoberta?
O caso remonta aos finais do século XIX: Jack, o Estripador, como ficou conhecido, assassinava prostitutas que trabalhavam nos bairros pobres de East End, em Londres. Depois de lhes cortar a garganta, procedia à remoção de órgãos internos de, pelo menos, três vítimas, das cinco que ficaram comprovadas ser do mesmo assassino.
Os crimes foram cometidos em 1888 e, durante os últimos 129 anos, cem pessoas foram suspeitas de estar por trás dos homicídios.
Especialmente quando George Lusk, o responsável pelo comitê de Vigilância de Whitechapel recebeu, no dia seguinte a um dos homicídios, uma carta “From Hell” – “Do Inferno”, como se intitulava – junto com um pedaço de rim de uma das vítimas.
O mistério em torno da história pode estar perto do fim, segundo o The Telegraph, depois de um grupo de investigadores ter provado a autenticidade de um diário vitoriano.
Há 25 anos, especialistas descobriram um livro de memórias, anteriormente desconhecido, que acreditavam ter sido escrito por um comerciante de algodão em Liverpool, James Maybrick.
No volume com mais de 9 mil palavras, Maybrick confessava os assassinatos brutais das cinco mulheres em East End, assim como o de uma prostituta em Manchester – que as autoridades britânicas nunca conseguiram ligar aos crimes de East End.
No final, o diário aparecia assinado:
Dou o meu nome para que todos possam saber e a história possa contar, o que o amor pode fazer a um homem nascido cavalheiro.
Sinceramente,
Jack, o Estripador
Meses passados de muita investigação por peritos no caso de homicídio, os especialistas começaram a questionar a sua autenticidade. Primeiro porque o diário veio a público inicialmente pelas mãos de um ex-traficante de sucata, Mike Barrett, que disse ter obtido o diário através de um amigo de família, Tony Devereux.
Depois porque Devereux morreu pouco depois e a proveniência do diário nunca chegou a ser totalmente explicada, reforçando a teoria de que tinha sido simplesmente forjado. Mas os investigadores – coordenados pelo realizador do filme sobre o caso “Withnail & I”, Bruce Robinson – acreditam finalmente ter descoberto provas de que o diário é genuíno.
De acordo com um novo livro sobre o assunto, o diário foi, de fato, descoberto na antiga casa, em Liverpool, de Maybrick, o que volta a colocar este como o maior suspeito dos assassinatos.
Mike Barrett teria contatado um agente literário com as palavras “Tenho o diário de Jack, o Estripador. Estariam interessados em vê-lo?”. Segundo os investigadores, Barrett não era muito erudito, pelo que “uma falsificação tão sofisticada e credível não é plausível“. No entanto, quando o diário foi publicado, surgiram dúvidas quanto à credibilidade.
As opiniões se dividiram: se, por um lado, houve quem defendesse que o livro continha detalhes que só o próprio assassino poderia saber, outros sugeriam que o diário era apenas uma falsificação muito bem feita a partir de relatórios de imprensa da altura. As desconfianças chegaram a aumentar em 1995 quando Barrett assinou uma declaração onde dizia ter forjado tudo, mas mais tarde retirou o que disse.
Apesar disso tudo, a editora nunca deixou de acreditar que o documento era verdadeiro. Com isso, acreditam que James Maybrick é a identidade mais provável para Jack, o Estripador.
A identidade de Jack, o Estripador, continua um dos maiores mistérios na história criminal de Londres. Os casos de assassinato foram seguidos com muito interesse pela mídia e várias teorias foram surgindo relativamente à sua possível identidade, que acabaram criando uma lista com mais de cem suspeitos.
CF // ZAP