O líder republicano na Câmara dos Representantes dos EUA, Paul McCarthy, admitiu em conversa privada, mas que está gravada, que Donald Trump pode ter recebido dinheiro da Federação Russa, noticia o Washington Post.
“Penso que Putin paga a Trump”, disse o líder republicano na Câmara dos Representantes. A gravação, que o Washington Post garante que ouviu e confirmou, é de 15 de junho de 2016, um mês antes de Trump ganhar a nomeação pelo Partido Republicano para disputar a eleição presidencial norte-americana.
No artigo, assinado pelo cronista Adam Entous e disponibilizado na edição online do jornal, Paul McCarthy, eleito pelo Estado da Califórnia, é citado dizendo: “Há duas pessoas a quem eu penso que Putin pagou: Rohrabacher e Trump”.
Rohrabacher é um republicano, também californiano, conhecido no Congresso por ser um fervoroso defensor do presidente russo, Vladimir Putin, e da Federação Russa.
Casa Branca evita responder a oferta de Putin
A Casa Branca evitou esta quarta-feira responder à oferta do presidente russo, Vladimir Putin, que se dispôs a entregar ao Congresso a transcrição da reunião entre Donald Trump e o chefe da diplomacia russa, na semana passada.
O porta-voz da Casa Branca, Sean Spicer, não quis responder à pergunta de um jornalista sobre se o presidente norte-americano aprovaria que Putin enviasse a transcrição ao Congresso.
“Não estou a par de nada disso”, limitou-se a dizer Spicer, perguntado sobre se a Casa Branca sabia que os russos estavam tirando notas ou gravando a conversa entre Donald Trump e Serguei Lavrov.
Na reunião, há uma semana, Trump compartilhou com Lavrov informação secreta, fornecida – segundo vários meios de comunicação – por Israel, sobre um plano do Estado Islâmico para usar computadores portáteis com o fim de atentar contra aviões em voo.
Donald Trump admitiu na terça-feira em seu perfil no Twitter que passou a Rússia alguma informação relativa ao terrorismoe garantiu que tem “o direito absoluto” de fazê-lo, enquanto a Casa Branca insistia que Trump não fez nada de “inadequado”, nem pusera em risco a segurança nacional.
Spicer também não respondeu às perguntas sobre a informação publicada na terça-feira pelo New York Times revelando que Trump pediu em fevereiro ao então diretor do FBI, James Comey, que pusesse fim a uma investigação sobre os laços com a Rússia do seu ex-conselheiro de segurança nacional, Michael Flynn.
“O presidente foi muito claro quanto ao fato de a versão publicada não ser uma descrição precisa de como as coisas aconteceram na reunião entre Trump e Comey, em fevereiro. Não vou fazer mais comentários a esse respeito”, disse Spicer.
O porta-voz pronunciou-se desta forma apesar de Trump não ter, até agora, emitido qualquer comentário sobre a revelação do jornal sobre o afastamento de Comey.
Foi a Casa Branca que reagiu, na terça-feira, ao artigo, em um comunicado não atribuível a qualquer dos seus porta-vozes, em que assegurava que Trump “nunca pediu a Comey nem a ninguém que pusesse fim à investigação” que incide sobre Flynn, e que essa versão “não é uma reprodução verídica nem exata” da conversa.
Ex-diretor do FBI vai supervisionar investigação
Entretanto, o Departamento de Justiça nomeou Robert Muller, ex-diretor do FBI, para dirigir a investigação à alegada interferência da Rússia nas eleições presidenciais de 2016, incluindo supostas ligações com a campanha de Trump.
Os Democratas têm repetidamente pedido que a investigação seja conduzida por alguém que não pertença ao Departamento de Justiça.
Membros do Partido Republicano têm pedido também que o Congresso promova uma investigação profunda e independente. Confrontado com os pedidos, Trump afirmou não ter memória de algum dia ter visto algum político norte-americano ser tão maltratado pelos opositores.
Três comissões do Congresso dos Estados Unidos, todas lideradas por Republicanos, já confirmaram a intenção de ouvir em audição James Comey.
O presidente afirmou, esta quarta-feira, acreditar que a “investigação exaustiva”, supervisionada por Muller, irá provar a ausência de ligações entre sua campanha e Moscou. “Como disse muitas vezes, uma investigação exaustiva confirmará o que já sabemos: não houve conluio entre a minha campanha e nenhum organismo estrangeiro”.
Mais de um milhão de pessoas tinha assinado, até quarta-feira à tarde, uma petição online a favor da destituição de Donald Trump.
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