Livro sugere que EUA faziam experiências com radiação em civis durante Guerra Fria

Jerzy Durczak / Flickr

A autora de um novo livro sugere que o programa de armas radiológicas era prioridade do governo estadunidense, que teria realizado experimentos com radiação em crianças, grávidas e em minorias étnicas.

Três membros democratas do Congresso dos EUA — que representam estados onde eram realizados esses testes — William Lacy Clay de Missouri, Brad Sherman da Califórnia e Jim Cooper do Tennessee- asseguram estar indignados pelas revelações.

Além disso, exigiram explicações de Washington logo após da publicação de um novo livro sobre como o governo norte-americano teria realizado durante a Guerra Fria experimentos com radiação em civis, incluindo crianças, mulheres grávidas e minorias étnicas, informa a agência AP.

No livro, intitulado “Behind the Fog: How the U.S. Cold War Radiological Weapons Program Exposed Innocent Americans” (“Por trás da neblina: Como o programa de armas radiológicas afetou norte-americanos inocentes”), sua autora, Lisa Martino-Taylor, professora de sociologia da Universidade Comunitária de San Luis, sugere que o programa de armas radiológicas era prioridade para a Casa Branca na época.

De acordo com o livro, os experimentos eram realizados em todos os Estados Unidos, bem como na Inglaterra e Canadá, onde, supostamente, pessoas desprevenidas foram sujeitas a substâncias potencialmente perigosas através de pulverização, ingestão e injeções.

Segundo declarou Martino-Taylor, citada pela AP, os experimentos eram realizados “nos mais vulneráveis da sociedade na maioria dos casos“. Ela acrescentou que “crianças, mulheres grávidas em Nashville, pessoas doentes nos hospitais, órfãos e grupos minoritários” foram sujeitos aos experimentos.

A autora afirma que as consequências à saúde provocadas pelo programa permanecem desconhecidas e que o rastreamento de causas específicas de doenças tais como câncer seria difícil.

Ao analisar documentos previamente inéditos, incluindo registros do Exército, Martino-Taylor descobriu que um grupo pequeno de investigadores, apoiados por instituições acadêmicas, trabalhavam no desenvolvimento de armas radiológicas e, logo depois, “armas mistas” usando substâncias radioativas junto com armas químicas e biológicas.

O livro, que foi publicado em agosto, continua sua tese de 2012, segundo a qual o governo efetuava experimentos secretos com zinco e sulfureto de cádmio em uma zona pobre de San Luis nas décadas de 1950 e 1960.

Ciberia // Sputnik News

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