Centenas de barris com material radioativo no norte da Alemanha podem estar danificados, mas a superlotação do depósito dificulta inspeção. Ainda não há local para armazenamento permanente dos resíduos nucleares.
Centenas de barris com resíduos nucleares de uma instalação de armazenagem provisória na cidade de Leese, no estado alemão da Baixa Saxônia, têm que ser examinados quanto ao risco de vazamento, de acordo com uma reportagem da rádio alemã NDR, divulgada no domingo (15).
O secretário de estado do Meio Ambiente do estado, Olaf Lies, disse à agência alemã DPA que existem 442 barris que devem ser examinados devido à possibilidade de formação de umidade dentro deles.
Segundo o secretário, há conhecimento de que 13 barris apresentam indícios de ferrugem. De acordo com Lies, os tonéis teriam que ser disponibilizados em recipientes adicionais antes de serem transportados.
A empresa que faz a gestão da instalação de armazenamento provisório, Eckert & Ziegler, não quis comentar o caso, afirmando apenas que se tratam de “especulações”.
Resíduos radioativos do estado alemão da Baixa Saxônia têm sido armazenados em Leese há anos. De acordo com a NDR, os barris contêm resíduos médicos, como de clínicas de radiologia e de radioterapia. No local, há um total de 1.484 barris.
Conforme a reportagem, os barris não podem ser reparados em Leese porque estão muito próximos uns dos outros. Imagens da Secretaria do Meio Ambiente mostram barris empilhados até o teto. Entre eles, há uma passagem de 70 centímetros de largura apenas.
“Os barris estão tão densamente empilhados que apenas um número muito limitado pode ser alcançado. Além disso, os barris enferrujados estão na segunda fila“, reclama Thorben Gruhl, membro de uma associação de cidadãos locais.
O local de armazenamento está localizado em uma área industrial de Leese, a cerca de 100 metros de um depósito de móveis, de um pátio de reciclagem e de um campo de paintball.
Mesmo que os barris sejam reparados com sucesso, ainda permanece a questão sobre o destino final, uma vez que ainda não há um depósito definitivo para os resíduos nucleares.
Ciberia // Deutsche Welle / ZAP