Mais de 200 mil crianças que vivem nas zonas da Ucrânia oriental imersas há três anos em um conflito separatista requerem ajuda psicossocial urgente para superar o trauma de viver sob constante ameaça de violência, denunciou nesta sexta-feira (7) o Unicef.
Segundo o Fundo das Nações Unidas para a Infância, uma de cada quatro crianças que residem nas regiões de Donetsk e Lugansk, vivem a menos de 15 quilômetros da denominada “linha de contato” que separa as zonas sob controle do governo de Kiev das que estão em mãos dos grupos separatistas pró-Rússia.
Estes menores vivem com “medo crônico”, na “incerteza constante” de bombardeios e ataques diversos.
Esta situação faz com que as crianças padeçam de extrema ansiedade, disfunção do esfíncter, pesadelos, e comportamento agressivo, entre outros.
Os sintomas descritos se repetem de ambos os lados da frente, embora com especial gravidade nas zonas pró-russas, nas quais calcula-se que residem 80 mil crianças, segundo afirmou em entrevista coletiva a representante do Unicef na Ucrânia Giovanna Barberis.
Estes transtornos necessitam de um atendimento psicológico adequado e urgente, mas os profissionais disponíveis (professores, psicólogos, pediatras, etc) não contam com recursos e nem capacidade suficiente.
É por isso que o Unicef solicita US$ 31 milhões para atender às famílias afetadas pelo conflito, dos quais, 5,5 milhões querem dedicação à proteção de serviços e apoio psicológico. “Existe o risco de perder a toda uma geração de crianças se não receberem ajuda urgente”, concluiu a representante do Unicef no terreno.
// EFE