Amelia Eldred, de 7 anos, adorava dançar, mas teve que deixar seu passatempo favorito de lado quando foi diagnosticada com um câncer nos ossos.
Amelia Eldred, uma menina britânica de 7 anos, foi diagnosticada com um tumor grave no fêmur da perna esquerda e foi necessário amputar o membro depois de a quimioterapia não ter surtido o efeito desejado.
Mas Amelia, que vive em Tamworth, na Inglaterra, espera poder dançar de novo em breve, graças a um procedimento raro e complexo, conhecido como rotoplastia.
Os médicos reimplantaram a parte inferior da perna do lado contrário. Desta forma, seu tornozelo pode fazer os mesmos movimentos que o seu joelho faria.
Apesar de a cirurgia parecer estranha – consiste em um pé na altura do joelho, mas virado ao contrário – os médicos dizem que permite à criança ter um estilo de vida mais ativo, comparado com outras opções de tratamento, como a amputação da perna inteira.
Na operação, os médicos começaram removendo a seção do meio da perna, que inclui o final do fêmur, o joelho e o topo da tíbia. Depois, retiraram o resto da parte de baixo da perna, rodando-a em 180 graus e reatando-a ao fêmur.
Com uma prótese, a perna da paciente funciona essencialmente como se tivesse sido feita uma amputação abaixo do joelho, explicou Joel Mayerson, um ortopedista oncologista que não esteve envolvido no procedimento.
Isso é importante porque, como uma amputação acima do joelho, os pacientes gastam 70% mais de energia do que o normal para se movimentar.
Com uma amputação abaixo do joelho, no entanto, o gasto de energia acima da média é reduzido para 20%.
“Se olho no espelho, parece estranho que a perna esteja ao contrário, mas, quando olho para ela no meu corpo, parece normal”, explica a menina de 7 anos à BBC.
A criança ainda está em processo de aprendizagem para usar a nova perna, com sessões de fisioterapia, que lhe permitirão colocar uma prótese no futuro. “Eu não me sinto diferente, mas é diferente quando preciso me mexer, porque é tudo ao contrário”, descreveu.
Sua família diz que a opção pelo reimplante da perna foi uma escolha simples de fazer. “Foi uma decisão fácil, porque foi, sem dúvida, a melhor opção”, diz a mãe, Michelle Eldred. “Com uma perna prostética, ela voltará a fazer tudo que sempre amou.”
Amelia ainda terá que fazer mais dois meses de quimioterapia para tratar o osteossarcoma, o tipo mais comum de câncer ósseo em crianças. Mas sua nova perna faz com que se mantenha otimista. “Agora, somos melhores amigas.”
Ciberia // ZAP