Joachim Ronneberg, o norueguês que liderou a missão de sabotagem que impediu o desenvolvimento de armas nucleares pelos nazistas durante a Segunda Guerra Mundial, morreu nesta segunda-feira (22), aos 99 anos.
Nascido em 1919, na cidade de Aalesund, Ronneberg fugiu da Noruega após a invasão nazista em 1940. O então jovem de 21 anos escapou na companhia de 8 amigos em um barco para a Escócia, mas pretendia voltar para lutar.
A Alemanha, na época, precisava de água deuterada, com uma partícula atômica extra no seu núcleo de hidrogênio, para a produção de uma bomba atômica. Na época, grandes quantidades de água pesada eram apenas produzidas na cidade norueguesa de Telemark.
Era o ano de 1943 quando Joachim Ronneberg juntou uma equipe de cinco comandos em uma operação com o nome código de “Gunnerside”. “Éramos um grupo de amigos trabalhando juntos”, contou o norueguês à BBC no 70ª aniversário da missão.
O grupo saltou de paraquedas para um planalto, atravessaram o país, desceram um barranco e atravessaram um rio antes de usar a linha férrea para entrar e colocar explosivos na usina onde era produzida a água desejada pelos nazistas. “Pensamos várias vezes que seria uma viagem sem volta”, admitiu.
Após a explosão, os homens escaparam para a Suécia, esquiando 320 quilômetros, enquanto eram perseguidos por 3 mil soldados alemães. Ronnerberg, com um sorriso, descreveu a experiência como “o melhor fim de semana de esqui” que já teve.
A operação fez com que os nazistas abandonassem seus planos nucleares e foi mais tarde descrita como a missão de sabotagem melhor sucedida da Segunda Guerra Mundial.
Joachim Ronneberg casou em 1949 com Liv Foldal, uma professora de artesanato, com quem teve três filhos. Depois da guerra, ingressou na rede pública de radiodifusão da NRK na Noruega e se tornou jornalista e diretor de programas, tendo se aposentado em 1988.
Inicialmente, o norueguês estava hesitante em falar sobre sua experiência até a década de 70, quando começou a sensibilizar os jovens sobre os perigos da guerra. “Aqueles que crescem hoje precisam entender que devemos estar sempre prontos para lutar pela paz e pela liberdade”, rematou.