Os talibãs paquistaneses reconheceram, neste domingo (24), a morte de seu líder, Maulana Fazlullah, assassinado na semana passada no Afeganistão por um drone do exército americano, e anunciaram ter nomeado um novo chefe.
“É fonte de orgulho que todos os líderes do Tehreek-e-Taliban Pakistan morreram como mártires, assassinados pelos infiéis”, disse o porta-voz dos rebeldes, Mohammad Khurasani, referindo-se aos dois antecessores de Maulana Fazlullah, também mortos por tiros de drones americanos.
Khurasani revelou ainda que o conselho que lidera o TTP nomeou o mufti Noor Wali Mehsud para substituir Fazlullah. O TTP não tinha até agora confirmado a morte de Fazlullah, anunciada pelo governo do Afeganistão na semana passada. Khurasani disse que a morte do líder do grupo foi uma “honra”.
O até agora líder do Tehreek-e-Taliban Pakistan era apontado como o responsável pela ordem para assassinar Malala Yousafzai, em 2012, símbolo da luta pelos direitos das mulheres e Prêmio Nobel da Paz.
A organização terrorista reivindicou também a responsabilidade pelo massacre de mais de 150 pessoas em 2014 numa escola na cidade de Peshawar, noroeste do Paquistão.
A morte de Fazlullah foi descrita pelo exército paquistanês como “um alívio para as famílias vítimas do terrorismo TTP”. O presidente afegão, Ashraf Ghani, também comemorou a morte de Maulana Fazlullah, resultado, segundo ele, da “busca incansável para obter informações pelos serviços de segurança”.
O Exército americano efetuou, em 14 de junho, um ataque aéreo na província de Kunar, perto da fronteira entre Afeganistão e Paquistão. Na altura, um responsável militar americano confirmou que o ataque tinha como alvo Fazlullah, mas não confirmou sua morte.
O Departamento de Estado americano anunciou em março uma recompensa de 5 milhões de dólares para quem ajudasse a localizar o comandante talibã, suspeito ainda de ligações à tentativa de atentado com um carro-bomba na Times Square, em Nova York, em 2010.
Ciberia // ZAP