Um navio de exploração científica australiano descobriu nas profundezas do Mar da Tasmânia um espaço nunca explorado antes: um incrível “mundo perdido” com vulcões subaquáticos.
De acordo com os cientistas, a embarcação identificou planaltos até 3 mil metros acima da planície abissal do fundo do Mar da Tasmânia, cujas cordilheiras e picos vulcânicos estão relacionados com a ruptura dos continentes da Austrália e da Antártida.
Assim como conta o Science Alert, o navio fazia uma investigação que visava analisar o comportamento do fitoplâncton na corrente oceânica do leste da Austrália, quando descobriu esse “mundo perdido” com vulcões subaquáticos.
Com a missão exploratória definida, o barco da Organização de Estudo Científicos e Industriais da Commonwealth, partiu do porto de Hobart, na ilha australiana da Tasmânia, no dia 11 de setembro.
Os cientistas analisavam as profundezas oceânicas quando suas ferramentas de mapeamento detectaram “incríveis contornos inexplorados” no fundo do mar. Nesse terreno vulcânico, que varia em tamanho e forma e não parece ser uma área de fontes hidrotermais, os largos planaltos surgem juntamente com colinas cônicas menores.
Os especialistas que participaram na expedição pela costa da Tasmânia estão “bastante convictos” de que a paisagem subaquática está relacionada com a separação dos continentes, que ocorreu há cerca de 30 milhões de anos.
“Quando a Austrália, a Antártida e a Tasmânia se separaram, um grande ponto quente surgiu debaixo da crosta terrestre, formando esses vulcões e, logo depois, ajudou para que a crosta terrestre se rompesse, de modo que todas essas áreas pudessem começar a se separar”, explicou a geógrafa Tara Martin em declarações à ABC News.
Ponto de referência para as baleias
De acordo com os cientistas, uma área tão inexplorada como essa, com os picos dos planaltos a cerca de 2 mil metros abaixo do nível do mar, deve também abrigar uma “deslumbrante variedade de vida marinha“.
Os especialistas assumiram ainda que a área recém-descoberta pode servir como ponto de navegação e/ou referência para grandes animais marinhos, como as baleias.
Durante a expedição, os cientistas avistaram várias baleias-jubarte, baleias-piloto e algumas espécies de aves marinhas, que os levaram a consolidar essa ideia. A equipe descreveu ainda um notável avistamento com cerca de 60 a 80 baleias-piloto.
Mas as pesquisas não param por aqui. Já está sendo planejada uma expedição adicional que visa continuar a explorar o relevo submarino, avaliando ainda sua influência na biodiversidade oceânica da região adjacente.
Ciberia // ZAP