Astronautas descobrem novo crustáceo que pode ajudar na busca por vida em Marte

ESA–M. Fincke

Crustáceo da espécie Alpioniscus sideralis, com oito milímetros de comprimento

Uma nova espécie de crustáceos, chamada Alpioniscus sideralis, foi achada por uma equipe internacional de astronautas após passarem vários dias em uma caverna.

A descoberta foi feita em 2012 em um pequeno lago do sistema de cavernas de Sa Grutta, na ilha da Sardenha, na Itália, mas só agora o estudo foi publicado, relata a Live Science. A criatura encontrada é cega, incolor e possui apenas oito milímetros de comprimento.

Os cientistas descobriram a nova espécie durante uma expedição do programa de treinamento CAVES da Agência Espacial Europeia (ESA). No âmbito do treino, os candidatos a serem enviados para Estação Espacial Internacional (IEE) tinham que realizar pesquisas em ambientes subterrâneos perigosos.

O intuito do programa era preparar os astronautas para trabalhar com segurança e eficácia e resolver problemas como parte de uma equipe multicultural enquanto exploram áreas desconhecidas, diz-se na descrição da ESA.

A análise molecular da amostra obtida durante a expedição e enviada pelos astronautas mostrou que a genética dos espécimes não coincidiu com a de nenhuma outra espécie coletada na região. A nova espécie foi descrita pela primeira vez no recente estudo publicado na revista ZooKeys.

Apesar de o novo animal ter sido Identificado como um tipo de pequeno crustáceo que deixou a água para colonizar a terra há milhões de anos, o Alpioniscus sideralis parece ter tomado um outro rumo evolutivo e regressado às águas subterrâneas.

Esse descobrimento ajudará nos estudos dos ecossistemas subterrâneos, além de provar que a vida é capaz de constantemente se adaptar a habitats extremos sem luz solar, mudanças sazonais e escassez de alimentos, descreve a ESA em declaração.

“Gostaria de pensar que, quando os humanos aterrissarem em Marte e explorarem as suas cavernas, esta experiência irá ajudá-los a procurar outras espécies, sabendo que a vida tem poucos limites e pode desenvolver-se nos locais mais inóspitos“, disse Paolo Marcia, zoólogo da Universidade de Sassari e coautor do estudo.

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