Pesquisadores da Universidade Federal de Juiz de Fora desenvolveram um modelo matemático que permite analisar as probabilidades de sobrevivência da humanidade a um apocalipse zumbi. E as notícias não são boas.
O novo estudo, cujos resultados foram publicados esta semana no arquivo digital ArXiv, da Universidade de Cornell, nos EUA, descreve um cenário hipotético no qual uma pessoa, o “paciente zero”, é infectada com uma enfermidade que a converte num zumbi, desencadeando um surto da enfermidade que se propaga em uma grande cidade.
“Poderíamos argumentar que os zumbis são criaturas fictícias, e que não faz sentido criar o modelo matemático de um surto. Mas mesmo que um apocalipse zumbi só aconteça nos filmes de terror, aprender a modelar matematicamente uma ocorrência de um cenário desses pode ser muito útil“, explica o autor principal do estudo, João Paulo Mendonça.
Além disso, a ideia pode soar a alguns como ficção televisiva, mas o próprio Pentágono, que a tem como um risco real, já se preparou para um apocalipse zumbi.
A grande conclusão do novo estudo é a de que o fator fundamental para a sobrevivência dos humanos é a quantidade inicial de efetivos militares disponíveis para conter o surto e combater os zumbis.
De acordo com os resultados obtidos pelo modelo matemático criado pelos cientistas brasileiros, para uma população ter hipóteses de sobrevivência seria necessário que tivesse um mínimo de 47 militares por cada mil habitantes.
Isso faz com que apenas a população de um país em todo o mundo teria qualquer hipótese de sobreviver a um apocalipse zumbi: nada menos que a Coreia do Norte, que conta com uma razão de 47,4 militares por cada mil civis.
Mas mesmo nos melhores cenários, simulados com uma taxa de 100 soldados por cada mil civis, apenas 12% da população sobrevive a um apocalipse de mortos-vivos.
Boas noticias, ainda assim, se considerarmos que o mais recente estudo matemático de um surto zumbi, realizado há um ano por uma equipe de cientistas da Universidade de Leicester, no Reino Unido, calculou que a propagação de uma infecção zumbi por todo o mundo levaria à extinção de todos os seres humanos em apenas 100 dias.
Como fazer então frente a uma turma de zumbis famintos?
Em todos os cenários estudados, os melhores resultados foram obtidos nos casos em que a maior parte da população civil é forte e se encontra em bom estado de saúde. “As pessoas mais fortes seriam capazes de se adaptar e evoluir, de forma a fazer frente aos zumbis e combater o surto por conta própria”, dizem os cientistas.
Assim, concluem os autores do estudo, a melhor estratégia que um governo pode adotar, para preparar sua população para garantir a sobrevivência a um surto de zumbis, é investir em melhorar os hábitos alimentares e saúde da população.
Algo que, se poderia dizer, também deve agradar bastante aos famintos zumbis do dito surto, tipicamente incansáveis à procura da sua próxima refeição.
Ciberia // ZAP