Debaixo da superfície de Plutão pode haver um oceano congelado. Os indícios foram encontrados na Sputnik Planitia, uma enorme bacia no planeta de vários quilômetros de área com formato de coração, com base em fotografias tiradas pela sonda New Horizons, da Agência Espacial Norte-americana, a Nasa, em 2015.
A notícia foi divulgada em um artigo de investigadores das universidades norte-americanas do Arizona e da Califórnia, publicado na revista científica Nature.
De acordo com a publicação, foi descoberta atividade tectónica sob a superfície congelada do planeta, sendo possível que haja um oceano feito de gelo e de água em uma consistência viscosa sob a superfície de Plutão.
Segundo as pesquisas e os estudos feitos a partir das imagens obtidas em 2015 pela sonda New Horizons, esse oceano pode ter ajudado a modelar e mudar a estrutura do pequeno planeta, criando tensão na sua crosta e algumas rachaduras na superfície.
Além disso, os especialistas também disseram que a imensa massa de água congelada pode ter sido responsável pela reorientação do planeta e que poderá ter essa função mais uma vez no futuro.
A Sputnik Planitia também teria se deslocado com o tempo, como consequência das variações no acúmulo de gelo na sua bacia. Essas mudanças ocorreram também, em parte, pelas marés geradas pela lua Caronte, a mais próxima de Plutão.
Um artigo anterior publicado na Geophysical Research Letters sugere ainda que Plutão não seja totalmente sólido, abrindo a possibilidade de outros planetas com formação semelhante contarem com um oceano subterrâneo.
“Nosso estudo mostra que a recente atividade geológica de Plutão pode ser conduzida a partir de mudanças de fase no gelo – sem que marés, materiais tóxicos ou processos pouco comuns sejam necessários”, afirmou a equipa de cientistas liderada por Noah Hammond, da Brown University.
Em setembro, investigadores da NASA descobriram que a mancha vermelha em Caronte pode ser parte da atmosfera vinda do próprio planeta.
Em um estudo publicado na Nature, os cientistas explicam que a cor vem do gás metano que escapa da atmosfera de Plutão e fica preso na gravidade do satélite natural, congelando em sua superfície.
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