Um professor de Estudos Sociais se isolou, nesta quarta-feira (28), em uma sala de aula de uma escola de ensino médio no estado norte-americano da Geórgia e disparou um tiro de pistola, indicaram as autoridades.
No momento do incidente, não havia alunos na sala de aula, e o único ferimento relatado foi o de uma estudante que machucou o tornozelo ao correr quando a escola secundária de Dalton foi evacuada.
O professor, Jesse Randal Davidson, foi preso sem resistência depois de um confronto de quase 45 minutos com os agentes policiais, informou o porta-voz da polícia de Dalton, Bruce Frazier.
Davidson, de 53 anos, costuma fazer os relatos dos jogos da equipe de futebol e de basquete da escola, referiu a polícia no Twitter.
A polícia não esclareceu ainda por que o docente disparou a arma, mas frisou que ele apontou para longe, por uma janela exterior, enquanto o diretor da escola tentava destrancar a porta da sala.
Depois do tiro, todas as saídas da escola foram imediatamente bloqueadas. ”Não sei se ele estava apenas disparando a arma para dizer às pessoas que se afastassem ou algo assim”, disse o porta-voz das autoridades.
Ainda não se sabe quais acusações o professor virá a enfrentar.
O disparo se deu duas semanas depois do massacre perpetrado por um rapaz de 19 anos, em uma escola de ensino médio de Parkland, na Florida, que fez 17 mortos – 14 alunos e três professores – avivando o debate sobre a necessidade de legislação sobre porte de armas nos EUA.
Esse é o primeiro incidente do gênero ocorrido depois de Trump ter sugerido que massacres como o de Parkland não aconteceriam se cada professor tivesse uma arma.
Trump pede lei bipartidária ao Congresso
O presidente recebeu na Casa Branca um grupo de congressistas e senadores republicanos e democratas, e acusou alguns deles de terem medo da Associação Nacional de Espingardas (NRA), poderoso grupo de pressão que se opõe a maior controle das armas.
“Alguns de vocês estão petrificados de medo em relação à NRA e não podem estar”, disse o chefe de Estado norte-americano.
O mandatário assegurou estar disposto a desafiar a organização em algumas propostas e opinou que, em vez de aprovar leis separadas, o ideal seria passar uma única medida legislativa que aborde vários problemas relacionados com os frequentes tiroteios em escolas.
“Se todos vocês conseguirem se unir e impulsionar uma grande peça legislativa, creio que podem ter um resultado incrível no Congresso”, defendeu.
O presidente prognosticou que o Senado norte-americano, que em 2013 não aprovou qualquer medida após um tiroteio em que morreram 20 crianças em Newtown (Connecticut), conseguirá agora reunir “mais de 60 votos” para aprovar uma lei de controle das armas. “Vai ser uma votação com mais sucesso, e eu irei assiná-la”, declarou.
Trump disse pensar sobre a possibilidade de aumentar de 18 para 21 anos a idade mínima para comprar espingardas semiautomáticas, como a utilizada no tiroteio de Parkland, uma proposta rejeitada pela NRA.
O presidente recordou que, no domingo (25), almoçou com responsáveis da NRA, que identificou como “patriotas que amam” o país, mas realçou que “isso não significa” que tenha de estar em acordo com eles.
Até agora, Trump tinha sido cauteloso para não contradizer a NRA, um grupo que doou 30 milhões de dólares para a sua campanha presidencial de 2016 e a quem prometeu que teriam “um amigo na Casa Branca”.
O mandatário disse aos congressistas que não deveriam se preocupar se a NRA os “apoiou” nas suas campanhas eleitorais e defendeu que seriam “mais populares se fizeram algo” sobre as armas. “A NRA tem um grande poder sobre vocês. Tem menos poder sobre mim”, garantiu.
O senador democrata Chris Murphy, que representa o estado do Connecticut e que tentou fazer passar um maior controle das armas após o tiroteio de Newtown, disse ao presidente que, na sua opinião, ele “subestima o poder” da NRA. “O grupo de pressão das armas teve poder de veto de cada legislação que passou pelo Congresso”, destacou Murphy.
Até o final desta semana, o chefe de Estado deverá apresentar propostas definitivas para reduzir a violência armada nas escolas, depois de ter lançado algumas sugestões nos últimos dias.
Ciberia, Lusa // ZAP