Vladimir Putin, presidente “vitalício”? Essa é uma das apostas da votação que termina hoje na Rússia, e que vem sendo apoiada por cerca de 73,55% dos eleitores, que até agora votaram “SIM” neste referendo.
Se adotada, a reforma da Constituição permitirá que Putin concorra a dois novos mandatos presidenciais e que permaneça no poder até 2036. Para a oposição russa, trata-se de um verdadeiro “golpe constitucional”.
Sem surpresa, os eleitores russos votaram nestaa quarta-feira (1º), a favor das emendas constitucionais que permitirão a Vladimir Putin concorrer a dois novos mandatos presidenciais.
Embora ainda provisórios, os resultados do referendo sobre a Constituição são decisivos: 73,55% dos eleitores votaram favoravelmente pelas reformas desejadas por Vladimir Putin, com uma participação de mais de 50% dos eleitores. Esse resultado corresponde ao que era esperado pelos institutos de pesquisa, apesar do medo do coronavírus.
Esses resultados somam 26,55% das sessões de voto distribuídas no vasto território russo e distribuídas pela Comissão Central de Eleições, enquanto as últimas sessões fecharão por volta de 20h hora local (1(h de Brasília) no enclave de Kaliningrado, depois de uma semana de votação.
Não houve debate
A questão principal desta votação foi a possibilidade de Vladimir Putin poder cumprir dois novos mandatos e permanecer no poder, se desejar, até 2036. No entanto, houve pouca discussão durante a campanha, com os apoiadores do “sim” preferindo insistir nos valores conservadores tradicionais que serão consagrados a partir de agora na Constituição.
Os opositores dessa reforma estão consternados. Uma tristeza e revolta palpáveis nesta noite de quarta-feira na Praça Pushkin, em Moscou, onde várias centenas de pessoas se reuniram, segundo o correspondente da RFI, Daniel Vallot.
“Este voto é ilegal“, denunciou um manifestante que espera uma mobilização massiva nas ruas a partir do próximo ano letivo. De fato, o russo explicou que é difícil reunir-se atualmente devido ao coronavírus e à proibição de assembleias, ainda em vigor apesar da flexibilização do isolamento.
// RFI