O procurador-geral da Venezuela, Tarek Saab, confirmou nessa quarta-feira (28) que pelo menos 68 pessoas morreram em um “suposto incêndio” no centro de reclusão da Polícia Estadual de Carabobo, no centro do país, onde, segundo a imprensa local, ocorreu um motim durante a madrugada.
“O Ministério Público informa à opinião pública que perante os fatos terríveis acontecidos no Comando da Polícia do Estado Carabobo, onde 68 pessoas morreram por um suposto incêndio, nomeamos quatro promotores para esclarecer esses eventos dramáticos”, disse Saab, pelo Twitter.
Ele afirmou que após inquéritos preliminares, há 66 homens mortos e duas mulheres, que eram visitantes, e que “em todos foram feitos os protocolos de autópsia e entrega dos corpos aos familiares”.
“O @MinpublicoVE garante que aprofundará as investigações para esclarecer, de forma imediata, esses dolorosos eventos que enlutaram dezenas de famílias venezuelanas. Assim como estabelecer as responsabilidades que possam surgir”, acrescentou Saab.
De acordo com denúncias de parentes dos detentos à EFE, feitas nos arredores da delegacia de polícia, eles morreram por asfixia e queimaduras.
“Não nos informaram nada. Peço que [as forças da ordem] não os tratem como cachorros, que não joguem gasolina neles. Não joguem chumbo (tiros) para dentro como se eles fossem cachorros”, disse aos jornalistas Lissette Mendoza, mãe do preso Yorman Salazar, de 19 anos.
“Ele está preso por roubo, mas nem por isso podem tirar a vida dele como se fosse um cachorro”, completou a empregada doméstica, de 35 anos, sobre o suposto motim que começou na madrugada de quarta-feira.
Após o incidente, dezenas de parentes estiveram durante à tarde em frente ao comando policial aguardando algum tipo de informação. A situação ficou tensa no local e resultou em lançamento de gás lacrimogêneo pelos cerca de 20 policiais que faziam a segurança da delegacia.
Mais tarde, o governo de Carabobo divulgou nota oficial, manifestando solidariedade aos familiares e garantindo que dará todo o apoio “com os serviços fúnebres e sepultamento dos detentos mortos”.
Ciberia // EFE