Segundo um estudo publicado recentemente, os sobreviventes da infecção pelo vírus do ebola podem continuar sofrendo de problemas neurológicos e psiquiátricos graves.
Uma equipe de cientistas analisou doentes infectados com o vírus do ebola durante a epidemia de 2013-2016 na África ocidental e descobriu que alguns dos sobreviventes se encontram em condições de saúde muito graves.
Janet Scott, da Universidade de Liverpool, no Reino Unido, e autora principal do estudo publicado na ı, explica que os cientistas já sabiam que a doença poderia deixar os sobreviventes com graves problemas de saúde, “no entanto, fiquei surpreendida por ver pessoas jovens e anteriormente ativas agora incapazes de mexer metade do corpo, ou falar ou levantar seus filhos”.
No estudo, os cientistas analisaram as anotações médicas relativas a mais de 300 sobreviventes do ebola na Serra Leoa. Posteriormente, foram selecionados 34 doentes, aos quais se fizeram exames neurológicos, uma avaliação psiquiátrica e exames de imagiologia ao cérebro, explica o jornal Público.
Patrick Howlett, do King’s College de Londres e outro autor do artigo científico, afirmou que os sobreviventes do vírus podem sofrer de síndrome pós-ebola, uma síndrome manifestada por uma grande variedade de problemas.
Esses problemas podem variar de pouco graves a extremamente graves, diz o especialista. Os problemas neurológicos incluem dores de cabeça incapacitantes e acidentes cerebrais vasculares (AVC). Já a depressão e a ansiedade foram os diagnósticos psiquiátricos mais frequentes entre os participantes do estudo.
A equipe responsável pelo estudo destaca a urgência de profissionais de saúde especializados nas necessidades dos sobreviventes do ebola. “A síndrome pós-ebola não vai desaparecer e aqueles que sofrem com ela merecem um tratamento melhor”, diz Scott.
Ciberia // ZAP