Pesquisadores da Universidade de Oviedo descobriram e caracterizaram um planeta na zona habitável de uma estrela anã vermelha.
Uma equipe de cientistas da Universidade de Oviedo e do Instituto de Astrofísica das Canárias (IAC) descobriram e caracterizaram uma superterra orbitando dentro da borda da zona habitável de uma estrela anã vermelha de tipo M0 chamada K2-286. Para isso, usaram dados do Telescópio Espacial Kepler.
O Kepler foi projetado para descobrir exoplanetas. O método de procura consiste em medir brilho vindo de uma estrela e observar se diminui periodicamente, como em um eclipse. Se a mudança ocorre, há um planeta passando em frente da estrela regularmente.
A estrela K2-286, localizada na constelação de Libra a uma distância de 244 anos-luz da Terra, tem 0,62 de raio solar e uma temperatura efetiva de 3650°C. O planeta tem 2,1 vezes do raio terrestre, um período orbital de 27,36 dias e uma temperatura de equilíbrio que pode ser cerca de 60ºC.
O planeta, de acordo com o estudo publicado em dezembro nos Monthly Notices of the Royal Astronomical Society, está localizado no limite interno da zona habitável, de modo que, sob as condições certas, poderia manter água líquida na superfície, um requisito indispensável para o desenvolvimento da vida como a conhecemos.
O planeta é de interesse especial não só por ser localizado na zona habitável da estrela, mas por estar entre os mais adequados para a caracterização atmosférica futuro do Telescópio Espacial James Webb, bem como para uma monitoração a fim de estabelecer sua massa com precisão.
“Temos verificado que a atividade da estrela é moderada em comparação com outras estrelas de características semelhantes, o que aumenta a possibilidade de o planeta ter sido habitável”, informaram Javier de Cos e Enrique Díez.
“Esse exoplaneta pode ser um candidato adequado para um instrumento de nova geração como o ESPRESSO, recentemente instalado nos telescópios VLT, do Observatório de Paranal (Chile)”, acrescenta Jonay González, astrônomo do IAC.
Ciberia // ZAP