Testes de DNA estão na moda. Se você pensou em exames para comprovar paternidade ou algo nesse sentido: não é disso que estamos falando (embora pudéssemos).
A nova tendência — entre aqueles que têm condições para pagar por isso — é descobrir por meio da própria saliva informações históricas e geográficas sobre a sua ancestralidade. Apesar dos resultados virem cheios de referências europeias e africanas, mas uma questão tem sido observada: onde estão as raízes indígenas brasileiras do nosso sangue?
O fato é que os resultados oferecidos por laboratórios privados têm deixado de lado informações sobre ancestralidade proveniente de indígenas do Brasil.
Ao “Uol”, a professora do Departamento de Genética de Biologia Evolutiva da Universidade de São Paulo (USP) explicou que o problema do “apagamento” de informações não é necessariamente planejado, mas algo técnico mesmo.
“Há poucas informações de populações indígenas nos bancos públicos e isso torna mais difícil caracterizar a ancestralidade indígena. Por exemplo, alguns testes usam indígenas do México ou Peru como referência para o Brasil, e isso se dá pela falta de um estudo mais geral das populações indígenas”, diz.
A professora afirmou ainda que as populações nativas, em particular as brasileiras, têm passado por um processo de apagamento histórico decorrente da colonização e também das políticas atuais que pouco valorizam a memória e a História.
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