Trump discursa na ONU; e líderes mundiais caem na gargalhada

Donald Trump discursou nesta terça-feira (25) na ONU e começou por tecer largos elogios à sua Administração. Os líderes mundiais reagiram com risos que surpreenderam o presidente norte-americano. 

Trump, que deveria discursar depois do presidente Michel Temer, acabou substituído pelo presidente do Equador, uma vez que chegou atrasado à sessão de abertura da Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU), que decorreu em Nova York.

Apesar do atraso, foi o seu discurso que suscitou reações dos líderes mundiais. Trump começou por se vangloriar pelos “feitos extraordinários” alcançados pela sua administração durante os dois anos do seu mandato.

“Em menos de dois anos, a minha administração já conseguiu mais que qualquer administração na história do país”, frisou o líder norte-americano.

De imediato, e ainda durante o primeiro minuto do discurso, o som de risos foi ouvido na sala e Trump, após uma pausa, destacou: “É verdade”, suscitando a primeira gargalhada do dia entre os líderes mundiais que assistiam à abertura da Assembleia Geral. “Não esperava essa reação, mas tudo bem”, disse, admitindo ficar surpreendido.

“Os Estados Unidos estão agora mais fortes, mais ricos e mais seguros”, reforçou.

Mais tarde, em uma parte do discurso dirigido à Alemanha, a delegação germânica foi também foi filmada aos risos quando o presidente vaticinou que o país “ficará totalmente dependente da energia russa se não mudar imediatamente de estratégia”.

Frente à reação insólita dos líderes mundiais, os internautas repescaram um antigo tuíte de Trump direcionado a Barack Obama, na época presidente dos Estados Unidos.

“Precisamos de um presidente que não seja motivo de chacota para o mundo inteiro. Precisamos de um líder verdadeiramente grande, um gênio da estratégia e da vitória. Respeito!”, criticava Trump em 2014. Palavras agora devolvidas ao autor.

Irã semeia “o caos, a morte a destruição”

Em outra passagem do discurso, Donald Trump deixou duras críticas ao Irã, acusando o país de ser “uma ditadura corrupta” que semeia “o caos, a morte e a destruição” no Oriente Médio.

Para o presidente norte-americano, o Irã não respeita seus vizinhos ou as fronteiras deles e, tratando-se de um regime que defende “Morte à América” e a destruição de Israel, o mundo não pode permitir que desenvolva armas nucleares.

Trump admitiu ainda novas sanções ao Irã, pedindo que todas as nações do mundo isolem o país pelo seu “comportamento agressivo”. O presidente dos EUA disse ter lançado uma campanha de “pressão econômica” para retirar do Irã os recursos que necessita para prosseguir sua “agenda sangrenta” na Síria e no Iêmen.

Donald Trump acusou ainda a China de praticar um comércio injusto, afirmando que os Estados Unidos não vão mais tolerar acordos que permitam a outros países enviar seus produtos para a América, subsidiar seus bens e manipular a moeda para obter vantagens desmerecidas. “Os EUA não vão mais deixar que se aproveitem deles”, frisou.

O líder da Casa Branca falou também da Coreia do Norte para agradecer a Kim Jong-un – quem chamou, perante a Assembleia Geral, rocket man há um ano – os passos que deu no sentido da desnuclearização, depois da cúpula entre Trump e Kim em junho passado.

O presidente norte-americano dedicou boa parte do discurso defendendo a “soberania americana” e rejeitando “a governação global”.

“Eu honro o direito de todas as nações nesta sala para seguirem seus costumes, crenças e tradições. Os Estados Unidos não dirão como devem viver, trabalhar ou rezar. Só pedimos que honrem nossa soberania também”, destacou Trump, reiterando suas políticas nacionalistas e criticando claramente o multilateralismo.