Os dados da participação na eleição para a Assembleia Constituinte, realizada no domingo passado na Venezuela, foram “manipulados”, denunciou nesta quarta-feira (2) em Londres a empresa responsável pela contagem dos votos do pleito.
“Com base na robustez do nosso método, sabemos, sem qualquer dúvida, que [os números das] urnas na recente eleição para a Assembleia Constituinte Nacional foi manipulada”, disse Antonio Mugicala, diretor executivo da SmartMatic, em coletiva de imprensa na capital britânica.
O representante da empresa britânica indicou que “a diferença entre a participação real e a anunciada pelas autoridades é de pelo menos um milhão de votos”. Segundo as autoridades venezuelanas, mais de oito milhões de eleitores, cerca de 41,5% dos eleitores inscritos, participaram na eleição de domingo.
“Temos Assembleia Constituinte (…), oito milhões por entre ameaças (…), foi a maior votação que teve a revolução bolivariana em 18 anos. O povo deu uma lição de coragem, de valentia. O que vimos foi admirável”, declarou Nicolás Maduro.
A eleição foi boicotada pela oposição venezuelana sob a alegação de que o ato eleitoral é um caminho para prolongar o poder do presidente, cujo mandato termina em 2019.
Na altura, o presidente do parlamento, Julio Borges, porta-voz da aliança opositora MUD, já tinha afirmado que “só 7% dos eleitores da Venezuela foram votar”.
A oposição venezuelana acusa Maduro de querer usar a reforma para instaurar no país um regime cubano e perseguir, deter e calar as vozes dissidentes.
// ZAP