Pela primeira vez, astrônomos observaram uma estrela de rotação rápida que emite luz polarizada, um fenômeno previsto há mais de 50 anos, mas que, até então, escapava dos instrumentos e fugia da observação humana.
Com base nessas descobertas, os cientistas finalmente confirmaram a taxa de rotação de Regulus, uma das estrelas mais brilhantes que podemos ver a partir do nosso planeta. Para entender o grande problema, é necessário entender antes o que é, de fato, a luz polarizada.
Normalmente, as ondas de luz viajam em qualquer direção, batendo e saltando sobre os objetos à nossa volta. Mas as ondas de luz também podem ser polarizadas, o que significa que todas rodam em determinada direção.
Em 1968, uma dupla de astrônomos, J. Patrick Harrington e George W. Collins II, previram que uma estrela que tenha um ritmo de rotação mais rápido que o normal poderia emitir luz polarizada. Na rotação incomum, a forma é distorcida para um formato achatado nos polos, como se estivesse esmagada.
Os astrônomos basearam a ideia em cálculos feitos em 1946 pelo físico vencedor do Nobel, Subrahmanyan Chandrasekhar, que propôs pela primeira vez que algumas estrelas pudessem emitir luz polarizada.
Mas, apesar dessas ideias sugeridas há mais de 50 anos terem induzido a criação de uma série de instrumentos destinados a detectar a polarização no espaço interestelar, até agora os astrônomos não tinham capturado a polarização de uma estrela que rode rapidamente.
Agora, uma equipe internacional da Austrália, dos EUA e do Reino Unido fez exatamente isso, graças a um polarímetro altamente sensível desenvolvido na Universidade de Nova Gales do Sul (UNSW), em Sydney.
“O Instrumento Polarimétrico de Alta Precisão, HIPPI, é o polarímetro astronômico mais sensível do mundo”, diz um dos integrantes da equipa, o astrônomo Daniel Cotton da UNSW.
A equipe apontou o HIPPI a Regulus, uma estrela de primeira magnitude e azulada a 79 anos-luz de distância da Terra. Está localizada na constelação Leão e classificada como a 22ª estrela mais brilhante no céu noturno.
Anteriormente, os astrônomos extrapolaram a taxa de rotação com base em modelos calculados para outras estrelas desse tipo. Mas não conseguiram confirmar esta interpretação antes de garantir mais observações diretas sobre a rotação de Regulus.
Agora, graças a esta primeira detecção de luz polarizada de uma estrela que gira rapidamente, sabemos que Regulus está realmente girando a uma velocidade de 320 quilômetros por segundo. Isso é tão rápido que a estrela está basicamente à beira de se explodir rumo ao espaço.
“Nós achamos que Regulus gira tão rapidamente que está perto de voar para longe, com uma taxa de rotação de 96,5% da velocidade angular para ruptura”, diz Cotton.
Esta nova medida é útil não apenas para entender a própria Regulus, mas também para abrir caminhos a fim de que possamos revelar novos detalhes de algumas das maiores e mais quentes estrelas lá fora, permitindo descobrir mais sobre seus ciclos de vida.
“Anteriormente, o campo foi amplamente restrito ao estudo de material externo às estrelas ou àquelas com campos magnéticos extremos. Agora, somos capazes de investigar os parâmetros fundamentais da própria atmosfera estelar”, escreve a equipe no estudo.
Ciberia // Science Alert / HypeScience / ZAP
Todos os Dias vejo uma estrela que se destaca muito mais que as outras e se movimenta .