Segundo um estudo recente, espécies invasoras de vermes invadiram o território francês vindas dos territórios ultramarinos do país na Ásia e na África.
Diferentes variedades de vermes gigantes, com 40 centímetros de comprimento, estão invadindo o território francês. Uma equipe, liderada por Jean-Lou Justine, zoólogo do Museu Nacional francês de História Natural, realizou o primeiro estudo destas espécies invasoras, sendo o artigo científico publicado na Peerj.
Vários destes vermes invasores, incluindo platelmintos (Platydemus manokwari), já tinham sido reportados na França. No entanto, a maioria dessas espécies são animais pequenos, com menos de cinco centímetros. Mas os platelmintos de cabeça de martelo são gigantes entre esse tipo de verme, com algumas espécies a alcançar um metro de comprimento.
De acordo com o estudo, o fato de os vermes cabeça de martelo se espalharem por todo país significa que não encontram resistência por parte da fauna natural. O estudo defende que o processo de globalização e comércio internacional crescente contribuem para a disseminação desses tipos raros de animais.
Mas a invasão configura um sério problema: a espécie é uma forte predadora de animais do solo, incluindo minhocas, e, por isso, são uma possível ameaça para a biodiversidade dos animais nativos e para a ecologia do solo, embora o impacto ecológico ainda não tenha sido estudado.
Duas espécies registradas na França, Bipalium kewense e Diversibipalium multilineatum, são espécies gigantes, com até 40 centímetros de comprimento. Uma espécie relativamente pequena, Bipalium vagum, foi encontrada na maioria dos territórios tropicais. A espécie Diversibipalium sp. “azul”, detectada em Mayotte, uma ilha francesa na costa leste da África, tem um tom turquesa brilhante impressionante.
As observações são principalmente de cientistas amadores, tendo os cientistas recebido mais de 100 contribuições. Algumas datam de 1999.
Os estudos moleculares, baseados em sequências da citocromo oxidase tipo 1, mostram que as espécies não apresentam variação genética. As espécies são clonais, ou seja, geneticamente idênticas, e se reproduzem assexuadamente.
Os autores ficaram surpreendidos quando descobriram que os vermes de 40 centímetros de comprimento poderiam invadir um país europeu desenvolvido por mais de duas décadas sem nenhuma resposta das autoridades científicas.
Ciberia // ZAP