Pane é compatível com a tese de falta de combustível e desligamento dos motores. Novo áudio mostra piloto implorando para pousar.
Tragédia da Chapecoense
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Um breve relato de uma das sobreviventes do acidente aéreo que matou 71 pessoas do voo que levava a Chapecoense à Colômbia para disputar a final da Copa Sul-Americana aponta para uma falha no sistema elétrico da aeronave instantes antes da queda.
Segundo pilotos ouvidos pela Folha, a pane é compatível com a tese de falta de combustível e desligamento dos motores.
Nesse caso, a falha é atribuída a erro do piloto, por não ter calculado adequadamente o quanto seria necessário de combustível para completar a viagem.
Luis Pérez, governador de Antioquia, departamento cuja capital é Medellín, contou a imprensa colombiana que conversou com a auxiliar de voo Ximena Suárez no hospital. “O pouco que ela falou foi que luzes começaram a se apagar repentinamente e que 40 ou 50 segundos depois sentiu a pancada. Ela se lembra até aí.”
A tese da falta de combustível foi reforçada por um depoimento de um piloto – não identificado – divulgado por emissoras de TV colombianas e que circulou por redes sociais no país na noite desta terça (29). Pela versão divulgada, esse piloto comandava um outro avião no momento da queda.
Ele relata que, a pedido da torre de controle do aeroporto internacional José María Córdova, no município de Rio Negro, vizinho a Medellín, onde pousaria o avião brasileiro, retardou o pouso de sua aeronave porque havia problemas em outras duas.
Uma era a da delegação brasileira e a outra, como informou associação de aviadores civis da Colômbia, um Airbus da Viva Colômbia que havia declarado emergência em seu voo e solicitado à torre a prioridade para descer no aeroporto.
No depoimento, o homem não identificado afirma que a aeronave brasileira informara ao controle aéreo que precisava pousar logo porque tinha pouco combustível.
Novo áudio mostra piloto implorando para pousar
Um áudio de cerca de 11 minutos, divulgado na tarde desta quarta-feira pela Blu Radio, da Colômbia, revela pedidos insistentes para pousar do piloto do avião que transportava a delegação da Chapecoense no que seria a última conversa que ele teve com a torre de controle do aeroporto José Maria Córdova, em Medellín.
A gravação mostra Miguel Quiroga, que pilotava o Avro RJ85, relatando problema de combustível no avião e pedindo várias vezes para pousá-lo momentos antes do acidente que provocou a morte de 71 pessoas na madrugada de terça-feira. O primeiro pedido é feito logo aos dois minutos da gravação.
No diálogo com o piloto, uma controladora repete várias vezes que o pouso precisaria ser adiado por causa de uma emergência com outra aeronave – um Airbus da Viva Colombia – que estava sendo atendida no aeroporto.
Por isso, ela deu ordens para que o avião que transportava o time catarinense desse algumas voltas pela região antes de pousar.
Segundo a controladora informa ao piloto, o avião da Chapecoense estava a 8 milhas do aeroporto – ou seja, a cerca de 13 quilômetros do local de pouso.
A conversa se estende por nove minutos até o pedido final de Quiroga: “o avião está em falha total elétrica e de combustível“. Depois, o piloto não se comunica mais. Então, alguns controladores começam a chamar pelo piloto por cerca de mais dois minutos, mas não obtêm resposta.
O avião perdeu contato com a torre de comando quando sobrevoava as cidades de La Ceja e Aberrojal, à 0h33 de Brasília, e a queda ocorreu à 1h15 no Cerro El Gordo – segundo informações do aeroporto de Medellín.