O levantamento foi realizado pela Agência de Saúde Pública de Barcelona, na Espanha, a partir da análise das respostas de 10 mil pessoas a um questionário de saúde sexual do governo espanhol de 2009.
De acordo com os autores do estudo, a renda e o status conferem às mulheres maior independência, o que estaria intimamente ligado ao prazer sexual.
Eles dizem que o conforto socioeconômico permite uma liberdade maior ao sexo feminino para explorar suas fantasias sexuais e ter maior controle sobre o uso de métodos contraceptivos.
Mulheres com mais dinheiro também tendem a se envolver menos em relações abusivas, assim como têm menos chances de sofrer estupro ou agressão sexual.
Além disso, elas tendem a abandonar relações abusivas mais cedo do que mulheres mais pobres ou mesmo procurar mais rapidamente auxílio profissional ou aconselhamento, acrescentam os pesquisadores.
Segundo Dolores Ruiz, da Agência de Saúde Pública de Barcelona, responsável pelo estudo, mulheres com melhor nível sócio-econômico “tem maior consciência de suas preferências e maior capacidade de desenvolver sua sexualidade de maneira a lhes garantir maior satisfação sexual”, disse em entrevista à BBC.
Por outro lado, “pessoas mais pobres alegam ter relações sexuais menos satisfatórias, o que impacta as mulheres mais especificamente, que parecem ser mais influenciadas por esses fatores”.
“As mulheres de nível socioeconômico mais baixo também relatam sofrer mais experiências de abuso sexual”, acrescenta Ruiz.
O estudo também mostrou que as mulheres afirmaram ter relações sexuais mais prazerosas quando mantêm uma relação estável em detrimento do sexo casual.
No geral, nove entre dez homens e mulheres relataram estar satisfeitos com a sua vida sexual.
Entre os homens, 97% dos que afirmaram ter uma relação estável relataram estar satisfeitos comparado a 88% daqueles que praticavam sexo casual.
Por outro lado, 96% das mulheres com um parceiro fixo disseram estar satisfeitas com sua vida sexual, comparada a 80% daquelas que praticavam sexo casual.
Os autores do estudo esperam que as descobertas possam levar à criação de políticas de saúde pública voltadas para o uso de contraceptivos e a redução de casos de abuso sexual entre as famílias de baixa renda.
A pesquisa foi publicada na revista científica Annals of Epidemiology.