Pesquisadores descobriram aquelas que podem ser as tatuagens figurativas mais antigas do mundo, nas partes superiores dos braços de duas múmias egípcias, informou o Museu Britânico nesta quinta-feira (1º).
As tatuagens, agora reveladas pelo Museu Britânico, abrem portas a novas perspectivas sobre a vida na África 5 mil anos atrás. A descoberta aumenta a antiguidade da prática em 4 mil anos, sendo que as últimas provas apontavam que as tatuagens fossem feitas no continente africano há mil anos.
Segundo o Jornal de Notícias, o exemplar masculino egípcio teria entre 18 e 21 anos quando faleceu, esfaqueado pelas costas. Quando foi encontrado, há cerca de 100 anos, as manchas escuras que tinha no braço não foram consideradas relevantes.
Posteriormente, exames recentes descobriram que as manchas tinham a forma de dois animais. Além disso, os exames permitiram também identificar na múmia da mulher uma tatuagem com elementos em forma de “S” e bastões, que poderiam ser usados em rituais de dança.
Esses elementos figurativos contrastam com as tatuagens de linhas encontradas em uma múmia nos Alpes – Ötzi – que se pensava ter vivido na mesma época dessas múmias egípcias. Ötzi tinha a mais antiga tatuagem conhecida até agora.
Os arqueólogos pensavam que apenas as mulheres faziam tatuagens na antiguidade. No entanto, a descoberta prova que a prática agradava a ambos os sexos. As tatuagens parecem ter sido feitas com fuligem.
A descoberta está também envolta em mistério, já que os pesquisadores acreditam que as tatuagens podiam evidenciar um certo estatuto ou conhecimentos místicos. Porém, conta o jornal, as múmias foram encontradas em sepulturas simples, sem tratamento taxidérmico, não se sabendo a identidade nem a importância do casal.
As múmias foram encontradas em Gebelein, no sul do Egito. A datação por radiocarbono indica que teriam vivido entre 3351 e 3017 A.C.
Ciberia // ZAP