Arkady Babtchenko foi encontrado pela mulher no edifício do seu apartamento, em Kiev. Ele acabou morrendo na ambulância a caminho do hospital. “A primeira e mais óbvia versão da causa do assassinato é uma de suas atividades profissionais”, afirmou o chefe da polícia de Kiev.
Um jornalista russo, muito crítico do presidente russo, Vladimir Putin, foi assassinado nesta terça-feira (29), com tiros nas costas, em Kiev. Arkady Babtchenko foi encontrado pela esposa no edifício do seu apartamento em Kiev, sangrando, e morreu na ambulância a caminho do hospital.
A polícia adiantou que Babtchenko morreu devido a vários tiros disparados nas suas costas. Em comentários na televisão ucraniana, o chefe da polícia de Kiev, Andriy Krishchenko, afirmou: “A primeira e mais óbvia versão da causa do assassinato é uma de suas atividades profissionais”.
O jornalista, de 41 anos, era um crítico contundente das políticas do Kremlin, reportando a anexação da Crimeia, o apoio aos insurgentes separatistas no leste da Ucrânia e a campanha russa na Síria.
Dirigentes ucranianos e russos se acusaram mutuamente pela morte.
Anton Gerashchenko, um deputado ucraniano que foi conselheiro do Ministério do Interior, afirmou no Facebook que os pesquisadores devem enxergar “os esforços das agências de espionagem russas para se livrarem dos que procuram dizer a verdade sobre o que se passa na Rússia e na Ucrânia”.
O político adiantou ainda que o assassinato de Babchenko estava à espera dele nas escadas dentro do edifício onde o jornalista morava e que o alvejou nas costas, quando ele saía para comprar pão. Em Moscou, dirigentes e deputados criticaram as autoridades ucranianas pela sua suposta incapacidade de proteger os jornalistas.
“A Ucrânia está se tornando o país mais perigoso para os jornalistas”, disse o deputado russo Yevgeny Revenko, em observações transmitidas pela agência estatal de notícias RIA Novosti, insistindo que “o governo ucraniano não pode garantir as liberdades básicas”.
Pavel Sheremet, outro jornalista de renome, natural da Bielorrússia mas que trabalhou para meios de comunicação russos, foi morto através da explosão do carro, no centro de Kiev, em julho de 2016. O caso continua sem explicação.
Em março de 2017, Denis Voronenkov, um deputado russo que passou de apoiante a crítico do Kremlin, foi assassinado à entrada de um hotel em Kiev. Os procuradores ucranianos alegaram que Voronenkov, que passou a crítico do Kremlin, depois de se mudar para a Ucrânia em 2016, foi morto por ordem de um criminoso russo.
Arkady Babchenko esteve nas fileiras militares russas e combateu na primeira guerra separatista na Chechênia, durante a década de 1990. Mais tarde, tornou-se jornalista, trabalhando como correspondente militar para vários veículos de mídia russos, e publicou vários livros baseados nas suas experiências de guerra.
Babchenko saiu da Federação Russa em fevereiro de 2017, dizendo que estava recebendo ameaças e estava preocupado que pudesse ser preso.
Ciberia, Lusa // ZAP