A Academia de Hollywood, que atribui o Oscar, assegurou, nesta quarta-feira (28), que seu presidente está absolvido da suspeita de assédio sexual, contrariando uma acusação feita há duas semanas.
“O Comitê de Membros determinou, por unanimidade”, a conclusão da investigação, na terça-feira (27), “não sendo requerida nenhuma medida” contra o presidente. “John Bailey permanece como presidente da academia”, diz o comunicado da instituição, citado por agências internacionais.
Embora as primeiras notícias sobre o caso tivessem apontado para a existência de três acusações, a academia garante só ter recebido uma, sobre a qual foi feita a investigação.
No fim da semana passada, em mensagem enviada aos membros da academia, Bailey desmentiu as acusações que dizem respeito a situações supostamente ocorridas há mais de dez anos, e assegurou que nunca se comportou de maneira inadequada.
“Dizem que tentei tocar uma mulher inapropriadamente, enquanto ambos íamos para um set de filmagens. Isso não aconteceu“, garantiu. A existência de várias denúncias à academia “sobre o meu comportamento são falsas e só têm servido para prejudicar a minha carreira de 50 anos“, acrescentou o presidente da academia na mensagem.
Diretor de fotografia, Bailey tem o nome associado a filmes como “Gente como a Gente”, “O Reencontro”, “Um Gigolô por Acidente”, “O Dia da Marmota”, “Laços de Ternura” e “Melhor é Impossível”.
Com 75 anos, John Bailey foi eleito presidente da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas dos Estados Unidos, em agosto. No passado dia 16, a Variety noticiou que a academia tinha recebido três denúncias de assédio sexual, tendo aberto de imediato uma investigação.
Em comunicado citado pela revista, a academia afirmava que “trata qualquer denúncia confidencialmente para proteger todas as partes”.
O Comitê de Membros analisa as queixas “de acordo com o Código de Conduta e, depois de concluir as avaliações, reporta ao Conselho de Governadores”, acrescenta o comunicado. “Não iremos fazer mais comentários até a investigação estar concluída”.
Em outubro, a academia expulsou o produtor Harvey Weinstein, acusado de assédio, agressão sexual e estupro por mais de 30 mulheres.
Em dezembro, a organização estabeleceu um código de conduta, determinando que seus membros podem ser castigados ou expulsos por comportamentos de abuso, assédio ou discriminação.
Além disso, já neste ano, a academia decidiu substituir o ator Casey Affleck, envolvido em dois processos judiciais por assédio sexual em 2010, como apresentador do Oscar para a Melhor Atriz. Foi a primeira vez que o Oscar de Melhor Atriz não foi entregue pelo vencedor da categoria de Melhor Ator do ano anterior.
Ciberia, Lusa // ZAP