A Venezuela afirmou que 2.200 toneladas de pernil estão retidas na Colômbia, depois de ter acusado Portugal de sabotar o Natal do país, por falta do alimento tradicional que prometeu distribuir ao povo.
“Informo à Venezuela que as 2.200 toneladas de pernil estão retidas na Colômbia”, disse, nesta quinta-feira (28), o ministro venezuelano da Agricultura Urbana, Freddy Bernal, em mensagem publicada na sua conta do Twitter, destacando que a sabotagem é dos EUA “ao congelar as contas dos que vendem comida ao país”.
De acordo com Bernal, “o governo colombiano mantém há sete dias os pernis retidos na fronteira de Paraguachón”, entre La Guajira e o estado venezuelano de Zulia.
O ministro venezuelano da Agricultura Urbana é também responsável pelo sistema de distribuição de alimentos, os denominados Comitês Locais de Abastecimento e Produção, e referiu, em outra mensagem, que “60% do pernil até agora distribuído foi graças à compra feita aos produtores nacionais”.
Para o governante, “a porcentagem programada foi sabotada” pelos EUA e pelos “seus aliados comerciais no mundo”.
Na quinta-feira passada (21), Nicolás Maduro acusou Portugal de sabotar a importação de pernil de porco, depois de Caracas ter feito um plano de importação e acertado os pagamentos.
Vários venezuelanos saíram às ruas em protesto contra o governo pelo incumprimento da promessa de distribuir pernil de porco na época do Natal.
O ministro dos Negócios Estrangeiros português, Augusto Santos Silva, rejeitou a acusação de sabotagem, frisando que Portugal é uma economia de mercado em que o governo não interfere nas relações entre empresas.
Entretanto, a empresa agroalimentar Raporal informou que a Venezuela deve cerca de 40 milhões de euros às empresas portuguesas fornecedoras de pernil de porco ao país.
Ciberia // ZAP