Um grupo de quatro jogadores profissionais de pôquer estão enfrentando o Libratus, um sistema de inteligência artificial, em partidas do estilo Texas Hold’em. Nos primeiros dias, parecia que a competição estava equiibrada, mas então o sistema aprendeu e se adaptou – “detonando” a sua competição.
Nos primeiros dias, o sistema tinha assumido a dianteira, provocando um prejuízo de US$ 193 mil nos quatro competidores. Porém, nos dois dias seguintes os humanos conseguiram virar o jogo sobre o Libratus, reduzindo o déficit para US$ 51 mil – isso com um dos humanos, Dong King, conseguindo ficar com um saldo positivo de US$ 33 mil.
A alegria não durou muito tempo. No décimo dia de disputas, o bot assumiu uma dianteira folgada, chegando a ganhos de US$ 677 mil, deixando todos os rivais com prejuízos de seis dígitos cada.
A explicação para isso é simples. O bot aprendeu. Segundo os desenvolvedores do sistema, ele está o tempo inteiro rodando algoritmos em um supercomputador, o que torna ele capaz de redesenhar suas estratégias, registrar padrões dos oponentes e tomar a melhor decisão.
Até hoje, nenhum sistema computacional tinha vencido humanos no pôquer. Entretanto, quando a competição terminar esta semana, tudo indica que um novo recorde será quebrado.
Criado por Thomas Sandholm e Noam Brown, da Universidade Carnegie Mellon, o Libratus é uma versão melhorada de outro sistema deles, o Claudico, que tentou a façanha em 2015, mas falhou.
Para os pesquisadores, inteligências artificiais aplicadas ao pôquer podem representar avanços em outras áreas. No jogo de cartas, é preciso trabalhar com informações incompletas e na detecção de blefes. Isso pode ser usado, por exemplo, em situações do mundo real como negociações.
“No mundo real, todas as informações relevantes não são normalmente apresentadas, como peças em um tabuleiro de xadrez”, afirmou Noam Brown. “Sempre existem informações importantes que estão escondidas ou faltando, e a AI precisa lidar com isso”, completou.
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