O sistema possui 73% de precisão quando se trata de olhar uma selfie e caracterizá-la como potencialmente perigosa ou não.
Mortes acidentais sempre existiram, e sempre irão acontecer. Porém, de alguns anos para cá, um número de acidentes fatais causados por selfies em locais perigosos aumentou muito. Em 2014, 15 pessoas morreram enquanto tiravam uma selfie. O número subiu para 39 pessoas em 2015. Neste ano, as mortes já somam 73.
Como podemos perceber, os números mostram por si só os resultados de uma selfie perigosa. Por essa razão, o assunto já virou tema de pesquisa, e um novo projeto desenvolvido na Índia, o país com maior número de mortos devido a selfies no mundo, pretende encontrar uma solução para o fato.
A ideia é desenvolver um algoritmo com inteligência artificial capaz de identificar se o usuário está em um local potencialmente perigoso para suas selfies. No caso, o sistema envia uma pontuação para qualificar o nível de perigo ao qual ele está exposto.
Ponnurangam Kumuraguru, professor do Instituto Indraprastha de Tecnologia da Informação em Delhi, disse que as pesquisas começaram a partir de uma morte causada por uma selfie no verão de 2016.
“Fiquei perturbado ao ler, troquei alguns e-mails sobre este assunto e descobri que pouco trabalho – especialmente do ponto de vista tecnológico – tinha sido realizado”, lembra.
O professor integra um grupo interessado em trabalhar com “tecnologias, soluções e sistemas que tenham impacto no mundo real”, por essa razão, lançaram um projeto para resolver a questão.
Inicialmente, os envolvidos começaram a pesquisar sobre os registros de mortes relacionadas a selfies desde março de 2014.
Eles descobriram que tais mortes vão desde queda até afogamentos, ferimentos com armas de fogo e ainda mortes relacionadas com trens. Mais da metade dos casos aconteceram na Índia (76), em seguida no Paquistão (9), os EUA (8) e Rússia (6).
Um sistema de inteligência artificial foi treinado para analisar 3.155 selfies coletadas no Twitter, para que ele possa captar se a imagem poderia ser perigosa ou não.
“Uma das direções que estamos trabalhando é que a câmera possa dar ao usuário informações sobre o quanto um lugar específico é perigoso ou não, com alguma pontuação anexada”.
O sistema possui 73% de precisão quando se trata de olhar uma selfie e caracterizá-la como potencialmente perigosa ou não. A pesquisa é pioneira nesta questão e ainda não há uma previsão de quando o algoritmo será transformado em um aplicativo.