As superterras são versões gigantes da Terra, ou seja, planetas com condições similares ao nosso, mas muito maiores.
Algumas pesquisas científicas têm sugerido que as superterras são ainda mais habitáveis do que os mundos do mesmo tamanho que o nosso. No entanto, um novo estudo alemão afirma que seria difícil para qualquer civilização alienígena explorar o espaço a partir desse exoplaneta.
Já descobrimos vários tipos de exoplanetas em volta de outras estrelas. A classe de exoplanetas chamados “superterras” compreende planetas que podem atingir até dez vezes a massa do nosso.
Várias superterras se encontram nas zonas habitáveis de suas estrelas, onde teoricamente as temperaturas podem suportar água líquida na superfície e, assim, potencialmente, a vida como ela é conhecida na Terra.
Alguns artigos também sugeriram que essas superterras poderiam ser ainda mais habitáveis que planetas mais semelhantes ao nosso, porque suas massas maiores lhes conferem uma atração gravitacional mais forte e, por consequência, atmosferas mais espessas, que protegem melhor a vida dos raios cósmicos nocivos vindos do espaço.
Se de fato existe vida em uma superterra distante, os alienígenas poderiam ter desenvolvido uma civilização avançada capaz de viajar pelo Universo. Só que a forte atração gravitacional desses planetas também pode tornar mais difícil para os extraterrestres decolarem a partir desses mundos.
Segundo o autor do novo estudo, publicado no arXiv em abril, Michael Hippke, astrônomo independente afiliado ao Observatório de Sonneberg, na Alemanha, em planetas mais maciços, o voo espacial seria exponencialmente mais caro.
Hippke calculou o tamanho necessário para uma nave espacial, tendo como modelo um foguete convencional terrestre, para escapar de uma superterra 70% maior que o nosso planeta, e dez vezes mais maciça.
Essas são aproximadamente as especificações do planeta alienígena Kepler-20b, que fica a cerca de 950 anos-luz da Terra. Nesse mundo, a velocidade de escape é cerca de 2,4 vezes maior que na Terra.
Entre outros cálculos feitos pelo cientista, Hippke descobriu que, para lançar o equivalente à missão Apollo, que foi da Terra à Lua, um foguete em uma superterra precisaria de uma massa de cerca de 400 mil toneladas métricas, devido às exigências de combustível – essa é mais ou menos a massa da Grande Pirâmide de Gizé, no Egito.
O problema do combustível
O desafio é certamente o peso do combustível que os foguetes convencionais utilizam. Lançar um foguete de um planeta requer muito combustível, o que os torna pesados, o requer mais combustível, e assim por diante.
Assumindo que um foguete em uma superterra funcionaria tão bem como o Falcon Heavy da SpaceX, lançar uma carga como o Telescópio Espacial James Webb, da NASA, exigiria 60 mil toneladas de combustível, aproximadamente a massa dos maiores navios de guerra oceânicos.
Por isso, Hippke acredita que possíveis civilizações de superterras sejam muito menos propensas a explorar as estrelas. “Em vez disso, os alienígenas estariam até certo ponto presos em seus planetas e, por exemplo, usariam mais lasers ou radiotelescópios para comunicação interestelar, em vez de enviar sondas ou naves espaciais”, argumentou.
Claro, podem existir outras maneiras de se alcançar a órbita que não seja através de foguetes convencionais.
Por exemplo, cientistas já teorizaram sobre o uso de elevadores espaciais, ou seja, elevadores que viajam por cabos gigantes que saem da atmosfera. Um dos principais fatores limitadores dessa tecnologia é a resistência do material do cabo.
O material mais adequado conhecido hoje, o nanotubo de carbono, é apenas forte o suficiente para a gravidade da Terra, e não está claro se materiais mais fortes são fisicamente possíveis.
Outra possibilidade é a propulsão de pulso nuclear, que envolve a detonação de uma série de bombas atômicas atrás de um veículo para lançá-lo para o espaço.
Essa estratégia oferece mais poder de elevação do que os foguetes convencionais, e pode ser uma das únicas possibilidades para uma civilização deixar um planeta com mais de dez vezes a massa da Terra.
Essa tecnologia, movida a energia nuclear, representaria desafios técnicos e políticos, no entanto, uma falha no lançamento poderia causar efeitos dramáticos ao meio ambiente. De qualquer forma, alienígenas inteligentes poderiam estar dispostos a correr os riscos.
Ciberia // HypeScience / ZAP
Simplesmente esses habitantes demorariam mais pra explorar o espaço até que a tecnologia permitisse tal feito. Ou seja, se a gente morasse num planetas destes, no lugar de começar a a explorar em 1957 ainda estaríamos no solo e só pequenas sondas teriam ido pra o espaço. Uma parte da propulsão pode ser eletromagnetica e outra conseguida através de balões que teriam uma capacidade de levitação bem maiores pq a atmosfera seria bem mais densa! Mas 100 anos em milênios é absolutamente irrelevante pra a conquista do Espaco!