A sessão plenária do Congresso Nacional do Povo em Pequim terminou nessa quinta-feira (11). Sem surpresa, os delegados votaram a favor da lei que reforma o Código Eleitoral em Hong Kong com 2.895 votos a favor e uma abstenção.
Os quase 3.000 delegados chineses permaneceram sentados, mas aplaudiram em uníssono a resolução que apareceu nas telas do Grande Palácio do Povo de Pequim, e que acabava de ser adotada.
A reformulação do sistema eleitoral em Hong Kong é uma das mudanças mais importantes feitas na Constituição da região administrativa especial desde a transferência da ex-colônia britânica para a China em 1997. De acordo com o premiê chinês, Li Keqiang, esta decisão seria, no entanto, parte de uma continuidade do sistema.
“Em relação a esta decisão do Congresso Nacional do Povo de aprovar a reforma do Código Eleitoral em Hong Kong, o objetivo não poderia ser mais claro: é melhorar o sistema levando em consideração o princípio de ‘patriotas administrando Hong Kong‘, enquanto continua seguir o modelo ‘um país, dois sistemas’”, afirmou.
Um sistema que se assemelha ao de Cingapura
A resolução contém nove artigos e inclui a expansão do comitê de seleção do Executivo de Hong Kong para 1.500 membros, incluindo 300 aliados de Pequim.
O Conselho Legislativo também está sendo estendido de 70 para 90 assentos, com um comitê de auditoria eliminando candidatos considerados antipatrióticos pela China, ou seja, opositores, de acordo com o analista político Wu Qiang.
“Essa reforma do sistema eleitoral acaba com o modelo ‘um país, dois sistemas’ de Hong Kong”, lamentou. É um sistema semelhante ao de Cingapura. O princípio de ‘patriotas governantes de Hong Kong’ permite que dissidentes sejam excluídos”.
Finalmente, os 117 assentos na comissão eleitoral de Hong Kong, eleitos por conselheiros distritais predominantemente pró-democracia, deverão ser removidos para diluir ainda mais a oposição.
// RFI