Esses são alguns dos desafios que aguardam os primeiros astronautas em Marte

ESA

Lançar missões com destino a Marte não é mais um sonho tão distante — a NASA, por exemplo, planeja lançar uma missão tripulada com destino ao Planeta Vermelho na década de 2030, se tudo correr conforme o planejado.

Como não será nada fácil levar astronautas para nosso vizinho, o graduando Malaya Kumar, com Biswal e Ramesh Naidu Annavarapua, professor da Pondicherry University, investigaram os vários desafios desta empreitada em um novo estudo.

Eles apresentaram os resultados da análise durante o evento SciTech Forum 2020, e identificaram 14 diferentes desafios relacionados às missões para Marte. Um dos primeiros deles envolve a etapa do planejamento das missões: a janela de lançamento para aproveitar o momento de maior proximidade entre Marte e a Terra se abre apenas a cada dois anos. Se uma missão for lançada neste período, será possível chegar ao planeta depois de 150 a 300 dias de viagem.

Esse longo período dificulta o envio de suprimentos, já que os astronautas não poderiam esperar tanto tempo para receber combustível e alimentos. Além disso, a distância também é um fator que preocupa Biswal quando o assunto é a segurança dos astronautas e a energia por lá: “no caso de uma emergência, não vamos conseguir trazê-los de volta como poderíamos fazer em missões lunares”, exemplifica.

Devido à distância, a geração de energia também seria comprometida, algo que representa um problema para a alimentação dos veículos e estabilidade térmica no planeta devido às baixas temperaturas.

Em seguida, chegamos às questões envolvendo a saúde dos astronautas: como eles terão que passar alguns meses no espaço profundo durante a viagem, acabam correndo riscos relacionados tanto à saúde física quanto mental.

Além do impacto psicológico causado pelos longos dias de confinamento junto dos colegas na cabine da nave, existem também os impactos no corpo humano causados pela exposição prolongada à microgravidade.

Para Biswal, contudo, o mais grave de todos estes efeitos seriam aqueles relacionados à radiação, à qual eles estariam expostos durante a missão inteira: “os maiores perigos incluem o risco de câncer e os efeitos tanto da radiação interplanetária quanto da superfície”, explica ele, reforçando que a radiação poderia causar câncer e prejudicar a performance do cérebro. Isso acabaria impactando o trabalho das missões, que depende bastante do desempenho dos astronautas.

Felizmente, os pesquisadores propõem algumas estratégias para reduzir os danos na viagem e nas atividades realizadas no planeta, como um habitat de subsuperfície que poderia ser uma solução para os obstáculos de uma missão estendida ou uma estadia permanente por lá.

Ainda, eles propõem que as missões tripuladas sejam elaboradas incluindo formas de produzir rapidamente os suprimentos necessários a partir dos recursos disponíveis no planeta, algo que combina com o perfil das missões que a NASA e outras agências espaciais vêm desenvolvendo.

Ciberia // Canaltech

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