Ainda há muito a ser conquistado quando se trata de igualdade de gênero no Brasil, mas avanços consideráveis estão sendo atingidos. De acordo com o estudo sobre Gênero no Cenário Mundial de Pesquisa, realizado pela Elsevier, nenhum país do mundo tem um índice de presença feminina maior que o do Brasil quando se trata de pesquisas científicas.
Segundo a publicação, 49% de todos os artigos científicos produzidos no Brasil entre 2011 e 2015 foram feitos por mulheres. A porcentagem é igual à de Portugal, mas o gigante sul-americano fica em primeiro no ranking por causa dos números absolutos no período (quase 154 mil no Brasil e cerca de 27 mil por lá).
Estados Unidos (40%) e União Europeia (41%) ficam atrás ainda da Austrália (44%) e Canadá (42%). Referência em ciência e tecnologia, o Japão deixa a desejar quando se trata de equidade entre gêneros: apenas 20% das pesquisas feitas no país têm mulheres como autoras.
Outro dado apontado pela Elsevier é o índice de citações.
Segundo a empresa, as brasileiras recebem 0,74 citações por artigo, enquanto os homens recebem 0,81. Em 1996, a edição anterior da pesquisa, as autoras brasileiras eram responsáveis por 38% das publicações, o que indica um crescimento de 11% no período, deixando o país bem próximo da igualdade.
O problema é que pesquisas como essa não podem servir de máscara para outros dados reais, graves e preocupantes. Uma pesquisa recente do Datafolha apontou que na Poli – USP 82% dos alunos são homens e 59% são da classe A.
Ainda de acordo com a Folha de S. Paulo, um levantamento feito por uma aluna do Poligen (Grupo de estudos de gênero da Poli) constatou que ao longo de 121 anos apenas sete mulheres negras se formaram na Poli.
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