Afinal, parece que o machismo não é só uma preocupação humana. Um estudo com a espécie Aeshna juncea descobriu que 88% das libélulas fêmeas se fingem de mortas para escapar do assédio dos machos da espécie.
O cientista Rassim Khelifa, da Universidade de Zurich, observava duas libélulas em pleno voo, quando reparou que o animal à frente dele, uma fêmea, caiu no chão e ficou lá como se estivesse morta.
O macho ficou por perto algum tempo, até que desistiu e foi embora. Logo depois, a primeira libélula começou a voar novamente como se nada tivesse acontecido.
Curioso, o cientista decidiu estudar se este comportamento poderia ser proposital, talvez para evitar o assédio dos machos – e percebeu que sim. Além de ser tudo planejado, esta técnica realmente resulta para mais de 60% das libélulas.
Mas por que estes insetos se sentem obrigados a tomar uma decisão tão drástica? Para entender a questão, é importante perceber como se dá a reprodução da espécie.
As libélulas fêmeas se aproximam de lagos para reproduzir, onde os machos estão à espera. Depois do cruzamento, todos os ovos são fertilizados e deixados na água. O problema é que, quando há muitos machos no local, eles perseguem as libélulas e realizam um tipo de violação que prejudica a fertilidade e a vida da fêmea.
É claro que as libélulas correm um grande risco quando se jogam no chão em pleno voo. Mas, para as Aeshna juncea, a técnica parece valer a pena.
Segundo o estudo publicado na Ecological Society of America, todas as libélulas que não se fingiram de mortas foram alcançadas e violadas pelos perseguidores durante a tentativa de fuga.
Apesar de invulgar, este comportamento já se verificou em outras espécies como nas aranhas. Para evitar serem comidos pelas fêmeas, os machos fazem-se de mortos depois do ato sexual.
// ZAP
Machismo é para humanos. Insetos e muitos outros seres é instinto livre de julgamento, intenção ou sentimentos de qualquer natureza.