Segundo um relatório da ONU, as novas tecnologias, desde a inteligência artificial à edição genética, têm potencial para melhorar a vida de milhares de pessoas, mas podem abrir caminho a uma maior desigualdade social.
O relatório, divulgado nesta segunda-feira (8), avalia como as tecnologias de ponta podem ser utilizadas para atingir as metas das Nações Unidas para 2030: erradicar a pobreza extrema, preservar o meio ambiente e promover o crescimento econômico.
“Saúde e longevidade, prosperidade para todos e sustentabilidade ambiental estão ao nosso alcance se aproveitarmos o poder dessas inovações, no entanto, essas mesmas tecnologias também levantam sérias preocupações”, advertiu o secretário-geral da ONU.
António Guterres instou os governos a adotarem políticas que garantam que novas tecnologias “não sejam apenas comercialmente viáveis, mas também equitativas e éticas”.
No documento de 175 páginas, destaca-se que “muitos países em desenvolvimento ainda precisam colher os benefícios das tecnologias existentes”, já que mais de 1 bilhão de pessoas vivem sem acesso à eletricidade e outros 2,5 bilhões com frequentes quedas de energia.
Milhões de pessoas ainda dependem do “poder muscular humano ou animal” para cultivar terras e outros tipos de produção e não têm acesso à educação moderna, que é crucial para adotar muitas novas tecnologias de fronteira.
“Sem um nível mínimo de educação, não é possível utilizar tecnologias digitais“, destaca-se no relatório.
Por outro lado, no relatório do Departamento de Assuntos Econômicos e Sociais da ONU há uma advertência sobre os avanços em automação e inteligência artificial, que estão transformando os mercados de trabalho e causando perdas de emprego nos países desenvolvidos mais ricos.
As redes sociais, com os novos anúncios direcionados, são cada vez mais usadas para “manipular a emoção humana e disseminar a desinformação e o ódio”, acrescenta-se.
Embora os sistemas de tomada de decisões baseados em inteligência artificial possam melhorar o acesso aos serviços públicos, “também correm o risco de reforçar preconceitos e formas de exclusão já existentes”, pode-se ler no documento.
Por fim, os especialistas da ONU pediram maior transparência e responsabilidade pelas decisões baseadas em inteligência artificial.
Ciberia, Lusa // ZAP