Petrobras baixa preço da gasolina, mas consumidor não sentirá no bolso

Renato Araújo / ABr

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Queda do preço da gasolina, decidida ontem pela Petrobras, pode não ser sentida imediatamente pelo consumidor do Rio. Isso porque os postos de combustíveis da cidade vão esperar as distribuidoras repassarem a redução de 3,2% anunciada ontem pela estatal no valor nas refinarias.

O preço do diesel também baixará 2,7% a partir de hoje. A petroleira estima queda de média de R$0,05 por litro dos combustíveis para os motoristas. A última vez que a estatal baixou o preço foi em junho de 2009.

A presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Combustíveis e Lubrificantes e de Lojas de Conveniência do Município do Rio (Sindcomb), Maria Aparecida Siuffo, diz que a queda de preços nas bombas depende do que for repassado pelas distribuidoras. Ou seja, se elas reduzirem preços, conforme foi anunciado pela Petrobras.

“Não posso precisar o repasse porque dependemos da distribuição. Mas se o preço nas distribuidoras caírem, nós reduziremos o preço na bomba”, garante. Já o Sindicom, sindicato das distribuidoras, limitou-se a informar ao DIA, em nota, que “enquanto entidade/sindicato não tem ingerência neste assunto”.

Mas, ao contrário do Rio, os consumidores de São Paulo vão pagar menos pela gasolina. Lá, o preço deve cair R$0,03 na bomba, menos do que a estatal projeta para o consumidor, pelos cálculos do Sindicato dos Postos de Combustíveis de São Paulo (Sincopetro).

Mesmo que os postos repassem aos motoristas a queda de preços, o efeito será bem pequeno, avalia Adriano Pires, diretor do Centro Brasileiro de Infra Estrutura (CBIE). “Como a redução na refinaria é pequena, o natural é que o preço baixe pouco na bomba também. Para o consumidor, quase nada muda”, afirma.

Em caso de repasse, Pires prevê impacto ainda menor no bolso do que a Petrobras projetou. Segundo ele, a redução no preço da gasolina deve ficar em torno de 1%, o que representaria menos de R$ 0,04 por litro.

Da refinaria até o posto, o preço dos combustíveis é influenciado por diversos fatores, como valor do etanol, dos custos de distribuição e de revenda, e os tributos estadual (ICMS) e federais (Cide e PIS/Cofins). Por isso, chega com queda bem mais baixa nas bombas.

O presidente da estatal, Pedro Parente, garantiu que as motivações para a revisão dos preços foram empresariais e afastou qualquer interferência política na decisão. Ele disse ter informado ao presidente da República, Michel Temer, que uma política de preços estava sendo elaborada, mas que não foi indicado ao governo se os preços deveriam cair ou aumentar.

Redução terá impacto na inflação

Para o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, a decisão da Petrobras em reduzir os preços da gasolina e do diesel é positiva para a inflação e reflete a nova política da companhia. Segundo ele, não houve interferência do governo federal na decisão da estatal.

“O que nós temos enfatizado é que a mudança no preço da gasolina é uma decisão da Petrobras. É uma grande mudança que os preços dos combustíveis deixaram de ser definidos pelo Executivo tendo em vista alguns objetivos outros de política econômica”, diz.

“Não há dúvidas de que nesse caso a decisão é favorável do ponto de vista da inflação, mas isso é uma decisão clara da Petrobras e autônoma”, disse o ministro. E complementa: “A Petrobras tem que seguir sua política de empresa que tem responsabilidade com seus acionistas e com o país, sendo viável e que cumpre suas obrigações”.

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