Um homem de 18 anos de foi preso sob suspeita de envolvimento com o atentado a bomba ocorrido nesta sexta-feira, em um vagão de metrô no sudoeste da cidade. Pelo menos 30 pessoas ficaram feridas.
O suspeito foi detido na cidade de Dover neste sábado pela polícia local, e levado a um posto policial. Neil Basu, um oficial da polícia, disse que a prisão era “significativa”, mas que o nível de ameaça permanece “crítico”. A explosão ocorreu perto da estação Parsons Green.
A maioria dos atingidos teve ferimentos leves e foi liberada, segundo o serviço de ambulâncias de Londres. Mas três pessoas continuam hospitalizadas.
Até agora, a polícia já interrogou 45 pessoas e recebeu 77 fotos e vídeos feitos pelas pessoas que estavam no local.
A secretária britânica do Interior, Amber Rudd, reunirá o comitê de emergência do governo ainda hoje. O nível de ameaça foi elevado a “crítico” ainda na sexta-feira. É o nível mais alto de risco, e indica que um novo atentado pode ocorrer a qualquer momento.
Basu diz que o público deve permanecer alerta. A polícia manterá os procedimentos de segurança e vai reforçar o contingente de homens armados.
“Para não atrapalhar as investigações, não podemos fornecer mais detalhes sobre o suspeito que foi preso”, disse Basu. Ele disse que a polícia vai intensificar o trabalho de investigação.
O suspeito será transferido de Kent para uma instalação da polícia no sul de Londres.
O grupo extremista autointitulado Estado Islâmico se declarou responsável pelo atentado ontem. A explosão ocorreu às 8h20 da manhã da última sexta-feira, no horário local (4h20 da manhã, horário de Brasília).
Acredita-se que a bomba tenha sido acionada por um timer. Mas o correspondente de segurança da BBC, Frank Gardner, disse que o dispositivo parece não ter explodido como planejado.
Se a explosão tivesse ocorrido como desejado pelos autores, todos em volta do dispositivo teriam sido mortos. E todos os passageiros do vagão teriam sido mutilados, segundo Gardner.
Mark Rowley, o terceiro na hierarquia da Polícia Metropolitana de Londres, disse que é “rotina” para o Estado Islâmico declarar-se responsável pelos ataques, mesmo quando o grupo não tem qualquer ligação com o autor.
Uma mudança crítica
Esta é a quarta vez que o nível de ameaça no Reino Unido foi elevado a “crítico” desde que o sistema se tornou público, em 2006. A última vez que isto ocorreu foi em maio deste ano, depois do atentado a bomba na Manchester Arena. À época, acreditou-se erroneamente que o autor ainda estava solto e poderia atacar novamente.
No caso da estação Parsons Green, é surpreendente que o governo tenha demorado tanto (12 horas) para elevar o ritmo para “crítico”, seguindo a recomendação do Centro Conjunto de Observação do Terrorismo (Joint Terrorism Analysis Centre). Era óbvio que o autor não estava morto e nem tinha sido pego.
Todas as vezes que o nível de alerta chega a “crítico”, só permanece assim por três ou quatro dias – em parte, isto ocorre pelo fato de que o nível “crítico” impõe um ritmo insustentável de trabalho para a polícia e as forças de inteligência e segurança.
Patrulhas extras são montadas nas ruas de Londres; a vigilância à paisana aumenta e tropas são empregadas de modo a liberar os policiais para a tarefa principal: capturar o responsável pelo atentado antes que ele implante outra bomba.
Mas o fato do ataque de ontem ter ocorrido sem qualquer alerta mostra que este sistema – de níveis de alerta – é apenas um guia geral. Reflete tão somente a última avaliação disponível.