O principal negociador do processo de paz da Coreia do Norte criticou a Coreia do Sul e voltou a dizer que as negociações de paz serão suspensas caso as exigências de Pyongyang não sejam cumpridas.
Ri Son Gwon, o principal negociador do processo de paz da Coreia do Norte, chamou nesta quinta-feira (17) o governo sul-coreano de “ignorante e incompetente”. Além disso, denunciou treinos de combate aéreo conjunto entre os EUA e a Coreia do Sul e ameaçou novamente suspender as negociações de paz caso não sejam cumpridas as exigências de Pyongyang.
As declarações foram feitas após uma série de afirmações que colocaram em risco o processo de paz e desnuclearização da península e o encontro entre Kim Jong-un e Donald Trump, marcado para dia 12 de junho. Pyongyang cancelou também um encontro com os representantes do Sul.
Segundo o comunicado citado pela agência norte-coreana KCNA, Ri Son Gwon criticou a Coreia do Sul por permitir que “escória humana” falasse na sua Assembleia Nacional.
Embora o comunicado não especificasse a quem se referia, a Reuters recorda que o antigo diplomata norte-coreano Thae Yong Ho, que fugiu para a Coreia do Sul há dois anos, realizou uma coletiva de imprensa, na segunda-feira (14), na Assembleia Nacional em Seul, por ocasião do lançamento de sua autobiografia.
“A não ser que a situação séria que levou à suspensão das conversas de alto nível entre o norte e o sul seja resolvida, nunca mais será fácil sentar frente a frente com o atual regime da Coreia do Sul”, diz o comunicado, citado pelo Público.
“Na oportunidade, as atuais autoridades sul-coreanas provaram claramente serem um grupo ignorante e incompetente desprovido do sentido elementar da situação atual”, acrescentou Ri Son Gwon.
Pyongyang protesta ainda contra o exercício anual Max Thunder, um treino militar em curso entre a Coreia do Sul e os Estados Unidos, que envolve centenas de aviões de ambos os países, entre os quais os caças F-22 Raptor, contestados pela Coreia do Norte, que os encara como aparelhos de ameaça de bombardeios.
Na quarta-feira (16), a agência oficial norte-coreana classificou o exercício Max Thunder como “provocação brutal“, interpretando-o como um treino para invadir a Coreia do Norte, escreve a rádio portuguesa Renascença.
Ciberia // ZAP